9 de março de 2010

09 de março de 2010
| Jornal do Senado
Brasil está carente de profissionais capacitados



Carlos Alberto Aragão (E), Alceni Guerra, Fernando Collor e Reginaldo Arcuri: Brasil não tem tempo para discutir métodos
Comissão reúne especialistas para discutir como o país pode reverter desequilíbrio entre oferta e demanda de mão de obra especializada

O foco e o volume de dinheiro gasto no Brasil em Ciências Sociais mostram um desequilíbrio grande em relação a outras áreas de conhecimento em que há carência de profissionais, provocada, sobretudo, pela inserção do Brasil na economia global nos últimos anos.

A avaliação foi feita ontem pelo presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Braga Arcuri, em painel promovido pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) sobre o tema "A política de formação e capacitação de recursos humanos frente à política de desenvolvimento produtivo".

Segundo Arcuri, o Brasil precisa investir em inovação tecnológica, já que o país voltou a ter demanda maior que a capacidade do país em formar profissionais em alguns setores, como engenharia.

- À medida que as máquinas vão sendo incorporadas ao processo cotidiano de produção, o trabalhador tem que ter um nível mais específico de qualificação, e isso acaba sendo feito pela própria indústria, dada a velocidade com que ela necessita desses trabalhadores - afirmou.

Presidente da comissão, o senador Fernando Collor (PTB-AL) observou que o Brasil tem demanda em nível superior e técnico e que o país não tem mais tempo de "continuar discutindo métodos". O processo de educação a distância, segundo ele, exige profissionais com capacidade de decodificar o que está sendo passado aos alunos.

- Os professores precisam ser qualificados e ter salário compatível com o magistério - afirmou o presidente da CI.

O painel também contou com a participação do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho; do deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR); e do presidente do Grupo Ultra, Pedro Wongtschowski.

Carvalho Filho, do CNPq, lembrou que o Brasil forma anualmente cerca de 30 mil engenheiros, número bem abaixo do verificado em países como Rússia (190 mil), Índia (220 mil) e China (650 mil). Embora o Brasil esteja em 13º lugar na produção de conhecimento global, à frente da Holanda e da Rússia, no caso de engenharia o país ocupa a 21ª posição. 94330

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