Nordeste está 10 anos atrás do Sudeste no ensino médio | |
Segundo o IBGE, desigualdade regional na educação é preocupante. Índice de jovens de 15 a 17 anos no Nordeste na série adequada em 2009 é inferior à registrada no Sudeste em 1999 Em 2009, a proporção de jovens de 15 a 17 anos no Nordeste que frequentavam a série adequada para sua idade era inferior à registrada no Sudeste dez anos antes, diz o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apenas 39,2% dos adolescentes nessa faixa etária estavam no ensino médio; no Sudeste, eram 60,5% em 2009 e 42,1% em 1999.
Para o IBGE, a desigualdade regional na educação é preocupante. "Mesmo com todas as melhoras sociais, a educação avança devagar", diz Ana Lucia Saboia, gerente de Indicadores Sociais..
Segundo o IBGE, espera-se que a educação evolua mais lentamente, pois ela depende de políticas públicas nas diversas esferas de governo e do tempo necessário para que os ciclos sejam concluídos pelos alunos.
José Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais, pondera que o indicador que mede a adequação à série depende das outras fases de escolarização. "Esse indicador é muito exigente. Para que se esteja com 15 anos no ensino médio não pode ter havido nenhum problema na vida: atraso no ingresso, repetência ou abandono da escola."
Conforme o especialista, ainda há um "estoque de problemas a resolver" até que a disparidade diminua. "Existe um percurso a seguir. Cuidar do acesso, da permanência na escola e da conclusão dos ciclos de ensino. E também do aprendizado, da qualidade do que se aprendeu."
Mão de obra
Ana Lúcia lembra que períodos de crescimento econômico reforçam a necessidade de qualificação do jovem. No país todo, a escolarização entre 15 e 17 anos ainda não está universalizada: 14,8% desses jovens estavam fora da escola no ano passado. Em 2008, eram 15,9%.
Já a das crianças de 7 a 14 anos se universalizou a partir dos anos 1990. Em 2009, 98,1% delas frequentavam instituições de ensino.
O IBGE ainda aponta que menos da metade dos jovens no mercado de trabalho tem ensino médio.
De acordo com a pesquisa, 40,7% dos jovens de 18 a 24 anos que trabalhavam ou procuravam emprego tinham, em 2009, 11 anos de estudo; 15,2% tinham ido além desse nível escolar. Dez anos antes, eram, respectivamente, 21,7% e 7,9%.
A pesquisa do IBGE mostrou que o analfabetismo entre jovens de 15 a 24 anos foi de 1,9% em 2009. Isso significa, segundo o instituto, que a taxa está praticamente erradicada para essa faixa etária. (Verena Fornetti) (Folha de SP, 18/9) |
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