8 de dezembro de 2010

PISA no Brasil VI

Valor Econômico
Educação brasileira melhora nota em avaliação da OCDE

O Brasil está entre os três países que alcançaram a maior evolução no setor educacional na última década, apontam os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009. Mesmo com a melhora, o país ainda está entre aqueles com piores notas
A prova é aplicada a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos de idade em matemática, leitura e ciências. No ano passado, participaram 65 países.

O Brasil ingressou no Pisa em 2000. Desde então, a média entre as três provas - leitura, matemática e ciências - subiu de 368 para 401 pontos. Nesse período, apenas dois países conseguiram melhorias superiores aos 33 pontos alcançados pelo Brasil: Chile (mais 37 pontos na média) e Luxemburgo (mais 38 pontos). Na média, os países-membros da OCDE ficaram estagnados de 2000 a 2009.

O Brasil estabeleceu metas de melhorias no Pisa, como as que já existem para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para 2009, o objetivo era atingir 395 pontos, o que foi superado. Em 2021, o país precisa alcançar 473 pontos, média dos países da OCDE.

Apesar de ter melhorado sua participação no Pisa na última década, o Brasil ainda ocupa os últimos lugares no ranking entre os 65 países que fizeram o exame em 2009. Os alunos brasileiros ficaram em 53º em ciências e português e em 57º em matemática. No topo do ranking, considerando a média entre as três disciplinas, está a província de Xangai (577 pontos), na China, que por ser autônoma participa do Pisa de forma independente. Em seguida vêm Hong Kong (546), Finlândia (543), Cingapura (543) e o Japão (529).

Os países-membros da OCDE atingiram em média 496 pontos, 95 a mais do que o Brasil. Na lanterna estão Albânia (384 pontos), Qatar (373), Panamá (369), Peru (368) e Quirguistão (325). Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o fato de o Brasil ainda ocupar posições finais no ranking não significa que o país está entre os piores do mundo em educação. Não é o mundo que participa do Pisa, mas o mundo desenvolvido. Praticamente não existe nenhum país com Pisa melhor que o do Brasil que não tenha renda per capita muito superior à nossa, com exceção da Tailândia.

Os resultados do Pisa confirmam o que as avaliações internas já indicam há bastante tempo: o desempenho dos alunos da rede pública é inferior ao de estudantes de instituições privadas. Enquanto a média alcançada por eles em escolas particulares foi de 502 pontos, nas públicas foi de 387 pontos.

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