2 de janeiro de 2011

Ministro de Ciencia y Tecnología

Aposta em Mercadante
Brasília, DF - sábado, 01 de janeiro de 2011


Petista diz que vai ampliar recursos para a pasta e aposta no PAC do setor

Professores acreditam no novo ministro da Ciência e Tecnologia
São grandes as expectativas em relação à gestão do novo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mecadante.Entre elas manter e ampliar os investimentos em pesquisas no País,garantir equidade na distribuição de recursos entre os estados e criar políticas para incentivar as indústrias a aproveitar o conhecimento científico produzido no Brasil. Estes são os principais desafios do novo titular da pasta, na opinião de professores da Universidade de Brasília (UnB).
Para Isaac Roitman, professor aposentado,ex-decano de Pesquisa e Pós-Graduação da UnB e membro da Academia Brasileira de Ciências, garantir o orçamento dos últimos oito anos, além de brigar para aumentar o montante de recursos da pasta, deve ser a prioridade do novo ministro."O volume de recursos destinados à área de ciência e tecnologia foi a principal conquista da última década", explica."Manter esse orçamento é o mínimo indispensável", defende."É papel fundamental do futuro ministro convencer as demais áreas que Ciência e Tecnologia são importantes', emenda outro professor, Marco Antônio Amato, do Instituto de Física da UnB. Entre 2007 e 2010, os valores disponibilizados no orçamento para a área foram de cerca de R$ 58 bilhões.
Formado e Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Economia, Mercadante garantiu, em recente entrevista ao portal da Universidade de Campinas (Unicamp), onde também é docente, que os recursos não apenas serão mantidos como aumentados,"Temos condições de melhorar a posição do ministério no orçamento. Ele já é o sétimo ministério na Esplanada , disse, Mercadante adiantou que a presidente, Dilma Rousself,sinalizou a perspectiva de ampliação da participação da Ciência e Tecnologia no Produto Interno Bruto (PIB)dos atuais 1,3% para 2%."É um investimento estratégico para o crescimento do Brasil", explicou.
PREOCUPAÇÅ0
"É importante que esse investimento seja mantido", afirma Antônio Brasil, diretor da Faculdade de Tecnologia da UnB. Além da manutenção do orçamento, Brasil
aponta como desafio do novo ministro manter a política de equidade nos avanços de ciência e, principalmente, tecnologia em todas as regiões do Brasil.
"A gestão de Sérgio Rezende buscou isso claramente. É importante a continuidade dessa política" disse."A atenção à ciência precisa ser tratada com mais igualdade entre os
estados", pontua o professor Marco Amato."Espero que, apesar do fato de ser de São Paulo, Mercadante tenha um ministério e um política de diversidade, completa
Alguns professores, no entanto, veem com preocupação o fato de o novo ministro ser um político paulista."Tradicionalmente, a Ciência e Tecnologia são controladas por paulistas e cariocas e o fato de termos um Político de São Paulo como chefe dessa pasta pode levá-lo a manter essa lógica, o que não é bom", acredita o professor Elimar Santos, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB
Já o professor Antônio Brasil considera que a atuação política de Mercadante dentro do PT é um ponto positivo para a pasta."Ele é um homem forte no partido", afirmou. Vai ser interessante acompanha-lo. Ele conhece a academia e deve estar atento aos seus pares, completou.
BIOVAÇÅ0 Isaac Roitman enumera ainda como essencial a necessidade de construir uma política de incentivo à inovação."Cientistas trabalham isolados dentro das universidades e empresas contratam conhecimento de fora, especialmente na área tecnológica. É preciso uma política de aproximação entre a academia, indústria e empresas, de forma a transformar ciência e tecnologia em inovação" explica Isaac
Para Marco Amato, o momento é favorável para que isso ocorra."Esse é um avanço que depende de uma economia favorável, aquecida. É o que ocorre no Brasil nesse instante",diz.Uma das ações do ministério no último ano mais aplaudidas pela comunidade acadêmica foi a Medida Provisória 495, que dá preferência nas licitações públicas a produtos e serviços de conteúdo tecnológico produzido no Brasil.
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O futuro ministro anunciou, ainda, que pretende dar continuidade às conquistas do plano de ação para a ciência, Tecnologia e Inovação (PAC da Ciência) consolidar uma cultura de inovação tecnológica e investir mais na formação de recursos humanos na área.
No último dia 3 de dezembro, Luiz Antonio Elias, secretário executivo da Ciência e Tecnologia,anunciou que o orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico de alcançar a marca de R$ 3,8 bilhões em 2011.
Em 2010, foram liberados R$ 3,1 bilhos.
Aos 56 anos, Mercadante tem um histórico de vitória nas urnas em disputas a cargos no Legislativo, mas contabiliza duas derrotas em eleições ao governo de São Paulo- em 2006 e 2010.
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