9 de junho de 2011

Brasil: falta educação!


08 de junho de 2011
Educação no Brasil | Diário do M. Grosso do Sul | Opinião | MS

Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, especificamente no artigo XXVI, conta que: "1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.".
Esse é um trecho da carta da Organização das Nações Unidas (ONU) que diz quão importante é a educação para o ser humano, e o direito que cada indivíduo tem a respeito da mesma.
No Brasil, o direito à educação é consagrado pela Constituição Federal de 1988 como direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, em face de um pleno desenvolvimento do indivíduo, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, embora a atenção direcionada a esse setor seja pouca e de qualidade duvidosa.
Ressalta-se aqui que existem diversos países que veem a educação como um mecanismo de desenvolvimento social. Um desses países é o Japão, que no período pós-guerra demonstrou uma maneira eficaz de como reduzir ao máximo os problemas sociais, e de se tornar uma das maiores potências do mundo. Logo, no quesito educação, o Brasil é considerado um país subdesenvolvido, pois não oferece educação de qualidade equitativamente.
Nos últimos anos têm-se verificado que as exigências sociais a respeito do estar alfabetizado têm mudado substancialmente ensejando, assim, maiores reflexões sobre a temática, uma vez que a consolidação da educação está presente em instituições públicas e posta em prática, cotidianamente, considerando o contexto social em que sua produção se realiza. Nesse aspecto, vê-se que alunos que estudam em rede pública, por vezes, não conseguem ingressar em uma universidade pública, pois, normalmente, as vagas são preenchidas por jovens de classe média e alta, que têm acesso a um ensino de maior qualidade, que implica um indivíduo de boa formação moral, física, espiritual e intelectual, com crescimento integral de suas potencialidades, em virtude de um melhor exercício da cidadania e aptidão para o trabalho.
São comuns notícias nas quais alunos são aprovados em séries iniciais sem ao menos saberem ler. Cartilhas e livros que dizem respeito à língua materna produzem certa "mutilação cultural" que desvaloriza a importância da fala e da escrita correta, o que denota ainda mais o desinteresse político em relação a certos aspectos que estão notoriamente coligados à educação. Jovens que tentam adentrar em uma universidade ao prestarem a prova do ENEM receberam avaliações com erros, entre outras situações. Todos esses fatores refletem o lado negativo da visão cultural que o país tem adotado, causando inúmeros problemas sociais.
Infelizmente, no Brasil, o que se percebe é o desinteresse dos governantes em relação à população, especialmente no que tange o nível educacional. Um fato que exemplifica isso é a média a ser alcançada pelos alunos nas avaliações, ou seja, o aluno que atingir 50 ou 60% de aproveitamento será aprovado. Essa média demonstra que o Estado está ocupado por uma ideia fixa a ponto de não prestar atenção a nada mais: o crescimento acelerado.Sem a educação que é base para tudo não pode haver desenvolvimento. É imprescindível que haja uma ampla reforma em todo o contexto educacional, desde estruturas físicas até educadores comprometidos com o ensino, para que assim desenvolvam-se talentos profissionais, e o mais importante, cidadãos. A partir daí o Brasil terá a capacidade de reduzir as taxas de criminalidade que em sua maioria é cometida por aqueles que tiveram pouco acesso a instrução educacional. Devem-se ter, assim, mais políticos preocupados com o povo, já que uma população instruída sabe votar e conquistar seus direitos, bem como desempenhar seus deveres.
Um ensino de qualidade gera cidadãos politizados, e isso vai de encontro ao interesse de muitos políticos que contam com a ausência de conhecimento de uma população para se (re) elegerem, manipulando os eleitores com falsas promessas de campanha, cestas básicas e outros benefícios, conseguindo assim, o poder.
(*) Acadêmica do Curso de Administração da UFMS - Campus de Três Lagoas. E-mail: jessica.mareis@gmail.com (**) Professor do Curso de Direito da UFMS. Mestre em Direito (Tutela Jurisdicional no Estado Democrático de Direito). E-mail: flumian@cptl.ufms.br

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