5 de junho de 2011

Escola pública e escola privada no Brasil


Primeiro Caderno | Dia-a-dia
Edição de domingo, 5 de junho de 2011 
Sem bibliotecas e laboratórios


O presidente do Sintep, Antônio Arruda, afirmou que quase todas as escolas da Rede Estadual estão irregulares no que se refere a resolução 340 do Conselho Estadual da Educação. De acordo com ele, para funcionar um colégio tem que ser reconhecido pelo Conselho, contudo este exige que a instituição apresente uma planilha com a estrutura da escola. "As salas de aulas têm que ter 1,2 m² para cada aluno, uma área de recreação de 4m² por aluno, bibliotecas, laboratórios de informática e um quadro de pessoal habilitado", afirmou Arruda. Das 1.036 escolas paraibanas, apenas 433 possuem bibliotecas e 445 laboratório de informática, segundo dados fornecidos pela Secretaria de Educação do Estado.

Para Jorge Werthein, esses números resultam em uma formação curricular deficiente para alunos das escolas pública. "Quando estudantes chegarem ao mercado de trabalho vão ter que enfrentar uma concorrência desleal dos que vieram dos colégios privados", lamenta. Para o especialista em educação é preciso que se analise além dos números. "Quais as condições do acervo e de uso dessas bibliotecas? Sabemos que no Brasil muitas escolas tinham laboratórios de informática, mas eles estavam fechados porque havia um temor de que os alunos quebrassem os equipamentos e acabam não funcionando por falta de uso", afirma Jorge Werthein.

Saiba mais

Um dos maiores calos no desenvolvimento da setor educacional no país é desvalorização do magistério. Na Paraíba, os professores da Rede Estadual de Ensino estão em greve desde o dia 2 de maio, deixando aproximadamente 400 mil alunos sem aulas. A categoria cobra que o Governo do Estado pague o Piso Nacional da Educação, que hoje é de R$ 1.187 por 40 horas de trabalho. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Paraíba (Sintep), hoje um professor da Rede Estadual tem o vencimento de R$ 661 por 30 horas, quando deveria receber R$ 890. "O nosso salário é a ridicularização do país", afirmou o presidente do Sintep, Antônio Arruda.

Para Mozard Neves Ramos, conselheiro da ONG Todos Pela Educação é fácil verificar a desvalorização da carreira do magistério quando se percebe que um professor tem o salário 40% inferior ao de profissionais com o mesmo nível de escolaridade no país.

"O salário médio do professor do Brasil é de R$ 1.200, enquanto outro profissional com nível superior recebe em torno de R$ 2.800", destaca Mozard. 

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