19 de junho de 2011

Violência afasta professores das escolas


19 de junho de 2011
Educação no Brasil | O Liberal PA


Professores sofrem com vandalismo e ameaças à integridade física
GRAZIELLA MENDONÇA
Da Redação
Dançar um conceito baixo. Chamar a atenção de um aluno que conversa na aula. Tirar a prova do estudante que insiste em "colar" do colega. Atitudes como estas são corriqueiras e necessárias no dia a dia de trabalho dos educadores, mas têm se tornado um tormento para aqueles que já sofreram algum tipo de violência ou ameaça por parte dos próprios alunos. Segundo relatos de professores, o problema tem se tornado frequente em escolas públicas e particulares de Belém, principalmente naquelas situadas em áreas de risco social. A violência contra o professor pode ficar apenas no campo psicológico - como as intimidações e ameaças - ou mesmo se materializar em danos ao patrimônio, por exemplo.
Um dos casos recentes que chamou a atenção da sociedade foi o drama do professor Saint-Clair Alves, professor de Matemática que atua na rede estadual de ensino e no município de Barcarena. No final do mês de maio, Saint Clair teve seu carro danificado por um aluno de uma das escolas em que leciona, A "Graziela Moura Ribeiro", na Sacramenta. O fato aconteceu após o professor tirar a prova de um aluno de 14 anos, que estava colando em sala. "Quando eu tirei a prova dele, ele gritou: Não pense que isso vai ficar assim . E saiu correndo", lembra. Ao deixar a escola, o professor tomou um susto ao encontrar seu carro com arranhões propositais em toda a lataria e com vários pontos amassados.
Um mês depois do ocorrido, o carro de Saint-Clair continua com os arranhões. "O prejuízo foi muito grande e o seguro disse que não cobre atos de vandalismo", conta. Mas as marcas da agressão sofrida por ele não ficaram apenas no carro. Nos dias seguintes ao ocorrido, Saint-Clair não conseguiu dormir ou se alimentar por causa do estado de choque. Ele foi encaminhado a um médico psiquiatra e recebeu laudo médico para ficar afastado de suas atividades durante um mês. Remédios controlados para dormir e idas ao psicólogo passaram a fazer parte da rotina do professor depois do incidente. "Fiquei muito abalado, não só pelo lado material, mas o psicológico. Meus colegas de profissão sempre comentavam os casos que aconteciam com eles, mas eu nunca tinha passado por isso", revela.

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