27 de julho de 2011
Educação e Ciências | O Globo | O País | BR
Área de exatas é prioridade, diz Mercadante
No Brasil, de cada 50 formandos, apenas um é engenheiro
De acordo com o ministro Aloizio Mercadante, o objetivo do programa será investir em profissionais da área de exatas, sobretudo em engenheiros. Ele declarou que, no Brasil, de cada 50 formandos, apenas um é engenheiro. Na Coreia do Sul, essa relação é de quatro para um.
A intenção do governo, com o Ciência sem Fronteira, é enviar estudantes para as 50 melhores universidades do mundo no exterior e também atrair talentos para trabalhar aqui. Terão prioridade, por exemplo, estudantes e pesquisadores nas áreas de computação e tecnologia da informação, fármacos, petróleo, gás, tecnologia nuclear, biotecnologia, tecnologia aeroespacial entre outras.
Das 75 mil bolsas, 27.100 serão destinadas nos próximos três anos a alunos em graduação; 24.600 a doutorados de um ano; 9.790 para doutorados de quatro anos; e 8.900 para pós-doutorados. O Brasil também pretende atrair 390 pesquisadores visitantes.
Seleção por mérito recebe críticas
A receptividade ao critério de selecionar bolsistas por mérito não foi total. O ex-reitor da Universidade da Bahia, Naomar Nogueira, por exemplo, disse que, do jeito que o projeto foi concebido, afastará os alunos mais pobres, que não têm acesso a escolas de idiomas e, só por isso, já estariam fora do páreo. Além disso, segundo Nogueira, os alunos que concorrerão às bolsas são oriundos de ensino médio de qualidade - e pago - e, consequentemente, obtiveram as vagas nas melhores universidades brasileiras.
- Esse programa, se não for feita alteração, vai beneficiar a minoria que já tem como chegar a essas bolsas porque já falam idiomas e estudaram nas melhores universidades - avaliou.
José Vicente, da Universidade Zumbi dos Palmares, concordou com as preocupações de Nogueira e acrescentou outra: na opinião dele, os negros poderão não ser contemplados. Por isso, defendeu cotas para os afrodescendentes.
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