29 de agosto de 2011 Educação no Brasil | Brasil Econômico | Economia | BR
Rita Karam Editora de Empresas A capacidade de Steve Jobs para identificar e oferecer ao mercado produtos inovadores transformando-os em objetos de desejo dos consumidores é de tal forma reconhecida mundialmente que o mercado passou a questionar o impacto que sua saída do comando da companhia, anunciada na semana passada, terá na fabricante do iPad e do iPhone, cujos fãs muitas vezes passam noites em longas filas a espera de lançamentos. O casamento entre tecnologia e design levou a Apple ao pódio no ranking das maiores companhias de capital aberto do mundo em valor de mercado, mostrando o potencial da economia criativa. A receita de sucesso de Jobs e de outros empreendedores, como Bill Gates, fundador da Microsoft, une talento a um ambiente favorável ao seu desenvolvimento. Um mundo cultural rico e de escolas de alto nível, mesmo que posteriormente abandonadas, destaca o economista e especialista em educação, Claudio Moura e Castro. Quanto ao Brasil, define: "Somos um país criativo, mas grande parte do nosso empreendedorismo é pé de chinelo". As medidas necessárias para se dar o salto de qualidade que o país precisa são, em parte, nossas velhas conhecidas e se fazem ainda mais importantes em um momento no qual o Brasil põe em curso uma série de ações para impulsionar a economia criativa. Multiplicar o acesso as programas culturais e garantir uma educação capaz de desenvolver o raciocínio crítico nos alunos estão na base da mudança, formando uma estrutura capaz de aproveitar ao máximo a criatividade do brasileiro e transformando esse legado em marcas reconhecidas internacionalmente. Assegurar a compreensão das demandas locais e internacionais é ferramenta básica, no mínimo, para reduzir os altos índices de mortalidade das empresas em seus primeiros anos de vida. A julgar pelos resultados da Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização, anunciados na semana passada, será preciso por em curso com pressa medidas que fomentem o desenvolvimento da educação no Brasil. A pesquisa identificou que metade dos alunos de oito anos não aprende o mínimo para sua faixa etária. A prova foi aplicada a seis mil crianças de 250 escolas públicas e privadas. A dificuldade de compreensão de textos é muitas vezes a causa do mau desempenho. O maior desenvolvimento escolar, diz o economista Claudio Moura e Castro, a alta educação, dá ao aluno uma atitude positiva em relação as sua capacidade de promover mudanças. Castro defende um aumento da pesquisa experimental nos programas escolares como forma eficiente de estimular a formação de uma mão de obra criativa e aumentar a capacidade de empreender. César Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), também destaca que a formação de bons empreendedores se dá com bons perguntadores, com crianças e jovens que saibam formular questões relevantes. Quando o assunto é educação, Callegari diz que será preciso dobrar o investimento para algo em torno de 10% do Produto Interno Bruto para colocar o Brasil no século XXI. Um trabalho conjunto entre governo e iniciativa privada transformando finalmente a educação na prioridade das prioridades. ------ Para o economista e especialista em educação, Claudio Moura e Castro, o Brasil é criativo, mas grande parte do empreendedorismo brasileiro é "pé de chinelo" |
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