23 de setembro de 2011 Educação no Brasil | Folha de S. Paulo | Cotidiano | BR
No último Enem, média das privadas é 19% maior, mas distância diminuiu Comparação entre os melhores da rede pública e o total da particular foi feita por ministro da Educação ANTÔNIO GOIS Os alunos da rede privada que fizeram o Enem no ano passado tiveram médias 19% maiores que os da rede pública nas provas objetivas, mas esta distância diminuiu de 2009 para 2010. Nas públicas, porém, há uma elite com desempenho próximo ao das particulares. Por entender que o Enem não é bom instrumento de avaliação do ensino médio, o MEC não havia até agora divulgado médias por rede. Como é voluntário, só 56% dos concluintes do ensino médio participaram do último Enem. Os dados, portanto, revelam apenas o desempenho de quem fez a prova, e não do total do setor. Dentro deste grupo, a distância entre as redes diminuiu porque a pública melhorou mais que a particular. Já a comparação entre os melhores da rede pública e o total da rede privada foi feita pelo ministro Fernando Haddad (Educação) em entrevista à TV Folha. A conta é feita selecionando os 222 mil alunos das públicas com melhor nota e comparando-os ao total das privadas, cujo número de participantes foi este. É preciso considerar nesta conta que os 222 mil melhores na rede pública representam 28% desse grupo que fez o exame. Na rede privada, o número equivale a 100%. Outra ponderação é que, entre as públicas de melhor desempenho, a maioria faz vestibulinhos para ingresso, o que deixa de fora os estudantes com piores notas. É importante lembrar também que o setor privado não se resume aos colégios de elite das primeiras posições em rankings. Se olharmos apenas para esse topo do ranking, e não para médias das redes, o percentual de escolas públicas entre as 10% melhores foi de 7,9% em 2010. Em 2009, eram 8,4%. R$ 5.000 POR MÊS Um exemplo de colégio público que está entre os melhores (na 26ª posição) é a Escola de Ensino Médio do Sesc, no Rio, que teve 98% dos concluintes fazendo a prova. Os alunos, selecionados em concurso em todo o Brasil, recebem moradia para se dedicar integralmente aos estudos. Considerando esses custos, o gasto por aluno chega a R$ 5.000 por mês. Apesar do alto investimento, a diretora Claudia Fadel diz que ao menos a dedicação exclusiva do professor, sua capacitação, e o turno integral são características replicáveis para outras escolas. Em exames mais apropriados para comparar as redes, a distância também diminui, mas lentamente. No Ideb, entre 2005 e 2009, o ensino médio público melhorou apenas 0,3 ponto (de 3,1 para 3,4) na escala de zero a dez. A rede privada permaneceu estável, com 5,6. |
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