8 de novembro de 2011

Ampliar os investimentos na educação é desafio geral na China


mbro de 2011
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Disparidades regionais, como no Brasil, são problemas também em países como China e Índia
A questão do financiamento da educação é um problema de todos os países - mesmo da China, que tem um governo comunista. Segundo Rong Wong, diretora do Instituto chines de pesquisa em financiamento em educação, o gigante asiático prevê aumentar de 3,6% para 4% do PIB os recursos destinados à educação em 2012. "Sabemos que, comparativamente a outros países, ainda é pouco. O desafio é saber quem vai pagar a conta; como distribuir esse dinheiro e como gerência-lo", afirma.
A China trabalha atualmente com um plano de educação de dez anos, em vigor até 2020, que tem como base reformar o sistema, fortalecendo a educação básica. Paralelamente, o país conta com dois planos de desenvolvimento para a Ciências e Tecnologia, ambos de cinco anos, e em vigor até 2016. Trata-se de ações separadas para o desenvolvimento de pesquisas, e também para investimentos na indústria de manufatura - setores que dependem de mão de obra qualificada, que o país busca neste momento.
"A sociedade e o governo chinês reconhecem que tem disparidades muito grandes entre o ensino regional e o das grandes cidades", afirma Wong. Apesar de as escola serem praticamente todas públicas, as melhores estão localizadas nos grandes centros urbanos, e acabam fazendo provas para aceitar novos alunos. O desafio do governo é desenvolver um mercado de escolas particulares de qualidades, que possa absorver os estudantes que tem condições de pagar, deixando as boas escolas públicas para os estudantes das classes mais pobres. "Estamos tentando alcançar um equilíbrio, mas não é fácil.
Índia
As disparidades regionais também são um dos grandes problemas da Índia, país que em 2025 deve passar a China em número de habitantes. "A Índia está crescendo muito na indústria de software e todos querem se dedicar a essa área. Mas na educação temas dois sistemas: 90% dos alunos estudam em pequenas vilas, sem estrutura, sem professores capacitados", diz Anand Kumar, professor de matemática e fundador do projeto de educação Super 30, Escola de Matemática Ramanujan. "A qualidade do sistema que você frequenta depende do dinheiro que você tem", ressalta.
Uma novidade positiva é o aumento do interesse das famílias na melhoria da educação. "Antes as pessoas pediam emprego ao governo. Hoje, pede-se educação", comemora Kumar, que considera a falta de professores capacitados o maior desafio do país. "Temos um plano de longo prazo, até 2020, que contempla essas questões, mas por enquanto, nada mudou", afirma. "O que por enquanto ajuda a absorver o crescimento indiano é a tradição do autodidatismo dos estudantes."
Para ele, assim como outros países do Brics, a Índia pisa em terreno arenoso. "Tudo vai bem, por enquanto. Mas se não formarmos professores, e só engenheiros, a situação não será a mesma no futuro. Está na hora desses países sentarem juntos e traçarem uma estratégia, já que há tantas questões similares."  R.O.
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A China trabalha atualmente com um plano de educação de dez anos, em vigor até 2020, que tem Como base reformar o sistema, fortalecendo a educação básica

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