29 de dezembro de 2011 Educação no Brasil | O Globo | O País | BR Profissionais enfrentam falta de valorização e têm baixos salários Cleide Carvalho cleide.carvalho@sp.oglobo.com.br SÃO PAULO. O Brasil terá de correr contra o tempo para conseguir atingir a meta de zerar o déficit de professores no país em 2020. De 2005 a 2009, o país até conseguiu atrair mais alunos para os cursos de Pedagogia e formação de professor de educação básica, mas mais da metade das turmas desistiram antes do fim do curso. O problema, dizem os especialistas, é a falta de valorização do professor. O salário - o piso nacional é de R$1.187,14 - equivale em média a 60% do que ganha outro profissional do mesmo nível no mercado. Segundo dados do Conselho Nacional de Educação, com base em números do IBGE, enquanto o salário de um professor no Distrito Federal fica em média em R$3.472, outros profissionais com formação similar ganham 28% a mais. Em Pernambuco, a diferença é de 48%. - É um grande desafio, mas estou confiante que podemos alcançar a meta até mesmo antes de 2020 - afirma Luiz Cláudio Costa, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). Segundo dados do MEC, em 2005 o país tinha 440.279 matriculados em cursos de Pedagogia ou licenciatura. Quatro anos depois, 118.376 se formaram e nada menos do que 55,36% deles (65.534) em cursos à distância. Na avaliação de Costa, a maioria das pessoas que procura pelos cursos à distância já dava aula, mas não tinha concluído curso algum ou lecionava em disciplina diferente da qual tinha se formado. O número de estudantes que concluiu os cursos presenciais de pedagogia ou de formação de professor de educação básica está em queda. Em 2005, 103.626 se formaram. Em 2007, 79.196. Em 2009, foram 52.842. Segundo dados do Boletim da Educação no Brasil, publicado pela Fundação Lemann em 2009, boa parte dos estudantes que decidem seguir a carreira tem educação básica fraca. "... Os dados do Enem mostram que 30% dos que ingressam nos cursos de Pedagogia e licenciatura estão entre os piores alunos do ensino médio. Além disso, mesmo entre os graduandos dos cursos de formação docente, 20% afirmam que a carreira de professor é uma segunda opção nos seus planos profissionais", diz o documento. - O desafio é reduzir a evasão. Pessoas ingressam, mas quando olham a valorização de outros profissionais, mudam de área. O Brasil tem avançado, mas na formação de professores estamos aquém dos planos que temos para o país - diz o secretário. |
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