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BRASÍLIA - Os esforços feitos pelo governo e o setor privado para incentivar a inovação tecnológica no Brasil ainda não foram suficientes para o país acompanhar emergentes como Índia e China quando o assunto é o registro de invenções ou processos produtivos nos escritórios internacionais de patentes. Comparado às outras nações do Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China), o país fica na lanterna.
Um estudo comparativo baseado em registros de patentes, feito pelo escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello, especializado em propriedade intelectual, revela que, em 2011, o United States Patent and Trademark Office (USPTO, escritório americano de patentes) concedeu 215 pedidos ao Brasil, contra 3.174 para a China, 1.234 para a Índia e 298 para a Rússia. A comparação não inclui a África do Sul, que só entrou para o grupo no primeiro semestre de 2011, a convite da China.
Os EUA são considerados o termômetro da inovação tecnológica global. Nos últimos cinco anos, a China obteve do país 9.483 patentes; a Índia, 4.191; e a Rússia, 1.123. Nesse mesmo período, o Brasil conseguiu apenas 684 patentes.
Luiz Edgard Montaury Pimenta, um dos autores do estudo, explica que isso se deve, entre outras razões, à ausência de uma cultura do empresariado brasileiro de proteger suas invenções e, principalmente, à falta de pessoal no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). A instituição leva até dez anos para dar uma patente. Quanto mais inovador o produto ou a etapa de produção, mais lento o exame.
— Também há grande desinformação — diz Pimenta.
Dados do Inpi mostram quão deficiente é a estrutura brasileira. O instituto tem apenas 273 examinadores. São 3.698 pessoas na Europa, 1.567 no Japão e 5.477 nos EUA.
O diretor de Patentes do Inpi, Júlio César Moreira, diz que o órgão fará concurso público para contratar 700 funcionários até 2015. E que o governo não quer competir com o Bric, e sim trabalhar em conjunto:
— Nos Bric, temos problemas e soluções semelhantes.
Quando se medem as taxas de crescimento dos pedidos de registros, porém, o Brasil aparece à frente de EUA e Alemanha. O volume de pedidos pelo Brasil no sistema global cresceu 108,8% nos últimos seis anos. No período, os alemães solicitaram 17,8% a mais; e os americanos, 4,4%.
Paulo Coutinho, gerente de inovação da Braskem, que detém quase 500 patentes, concorda que a taxa de crescimento do Brasil é alta, mas poderia ser maior. E acrescenta que o conhecimento científico não é aplicado como deveria:
— Tem um pouco a questão cultural e a necessidade de maior aproximação entre empresas e universidades.
Coordenador de uma equipe de inventores da Universidade de Brasília (UnB), que descobriu novas propriedades de uso para o óleo de açaí, o pesquisador Ricardo Bentes diz que pedir registro de patente no exterior tem gastos elevados pela necessidade de contratar um escritório estrangeiro para tratar dos trâmites.
Um estudo comparativo baseado em registros de patentes, feito pelo escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello, especializado em propriedade intelectual, revela que, em 2011, o United States Patent and Trademark Office (USPTO, escritório americano de patentes) concedeu 215 pedidos ao Brasil, contra 3.174 para a China, 1.234 para a Índia e 298 para a Rússia. A comparação não inclui a África do Sul, que só entrou para o grupo no primeiro semestre de 2011, a convite da China.
Os EUA são considerados o termômetro da inovação tecnológica global. Nos últimos cinco anos, a China obteve do país 9.483 patentes; a Índia, 4.191; e a Rússia, 1.123. Nesse mesmo período, o Brasil conseguiu apenas 684 patentes.
Luiz Edgard Montaury Pimenta, um dos autores do estudo, explica que isso se deve, entre outras razões, à ausência de uma cultura do empresariado brasileiro de proteger suas invenções e, principalmente, à falta de pessoal no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). A instituição leva até dez anos para dar uma patente. Quanto mais inovador o produto ou a etapa de produção, mais lento o exame.
— Também há grande desinformação — diz Pimenta.
Dados do Inpi mostram quão deficiente é a estrutura brasileira. O instituto tem apenas 273 examinadores. São 3.698 pessoas na Europa, 1.567 no Japão e 5.477 nos EUA.
O diretor de Patentes do Inpi, Júlio César Moreira, diz que o órgão fará concurso público para contratar 700 funcionários até 2015. E que o governo não quer competir com o Bric, e sim trabalhar em conjunto:
— Nos Bric, temos problemas e soluções semelhantes.
Quando se medem as taxas de crescimento dos pedidos de registros, porém, o Brasil aparece à frente de EUA e Alemanha. O volume de pedidos pelo Brasil no sistema global cresceu 108,8% nos últimos seis anos. No período, os alemães solicitaram 17,8% a mais; e os americanos, 4,4%.
Paulo Coutinho, gerente de inovação da Braskem, que detém quase 500 patentes, concorda que a taxa de crescimento do Brasil é alta, mas poderia ser maior. E acrescenta que o conhecimento científico não é aplicado como deveria:
— Tem um pouco a questão cultural e a necessidade de maior aproximação entre empresas e universidades.
Coordenador de uma equipe de inventores da Universidade de Brasília (UnB), que descobriu novas propriedades de uso para o óleo de açaí, o pesquisador Ricardo Bentes diz que pedir registro de patente no exterior tem gastos elevados pela necessidade de contratar um escritório estrangeiro para tratar dos trâmites.
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