EDITORIAIS, Folha de S.Paulo, 7/10/2012
editoriais@uol.com.br
À primeira vista, o resultado não é tão ruim. Das escolas que ficaram entre as piores do país, 85% conseguiram melhorar sua nota quatro anos depois. A situação fica um pouco mais sombria quando se analisam os detalhes.
O contingente maior, formado por 2.053 escolas (78%), apresentou alguma melhora no Ideb. Mesmo assim, ainda aquém da média. Vale lembrar que a média brasileira é fraca, como fica claro na comparação com outros países. No último Pisa, exame internacional padronizado de desempenho escolar, o país ficou em 57º lugar entre as 65 nações avaliadas em matemática. Em língua e ciência, os estudantes brasileiros ocupam a 53ª posição. No Ideb, indicador que leva em conta tanto o desempenho de alunos em português e matemática quanto as taxas de repetência de cada instituição, 96 colégios (4%) permaneceram com a mesma nota e 283 (11%) chegaram ao cúmulo de obter resultados piores que os de quatro anos antes. O levantamento revela sensível diferença de desempenho por Estado. Enquanto a Bahia, por exemplo, apresenta 96 colégios que pioraram e meros dez que se recuperaram e atingiram a média, Minas Gerais tem apenas cinco que regrediram, contra 42 que alcançaram a média. Outras Estados que se saíram bem foram Ceará, Piauí, Goiás e Mato Grosso. Em situação negativa, além da Bahia, aparecem Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Esse quadro sugere a existência de um problema de organização. Algumas secretarias conseguiram lidar com ele, e outras, infelizmente a maioria, não. É crucial que o MEC investigue esses casos e, à luz de experiências concretas, aprimore suas iniciativas de recuperação escolar. Embora o número de escolas que recebem assistência especial do ministério esteja crescendo -passaram de 15 mil em 2011 para 32 mil hoje-, os números mostram que, no tocante aos estabelecimentos em pior situação, esses programas deixam muito a desejar. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário