CARTA DE ESCLARECIMENTO
Em relação a algumas manifestações sobre tese que orientei na USP sobre direito penal e história.
1) Como professor de direito penal da USP, jamais compactuei com o negacionismo (a meu ver, o holocausto foi um dos mais trágicos acontecimentos da humanidade e merece ser lembrado como tal e repudiado veementemente) ou qualquer proposta de ódio racial ou religioso. Qualquer pessoa que conheça minimamente o meu trabalho e minha história de vida sabe perfeitamente disso.
2) Repudio com veemência qualquer tese racista ou incitadora de ódios. Não tenho conhecimento de textos ou comentários ou blogs do autor além da tese que li, nem tenho qualquer responsabilidade sobre eles.
3) Apenas aprovei um trabalho que estabelecia limites à atuação do direito penal no campo da análise histórica. Qualquer trecho, epigrafe ou prefacio adicionado posteriormente com conteúdo negacionista ou racista conta com o meu mais profundo repudio e indignação, e não conta com qualquer chancela da USP.
CARTA AO ALUNO
São Paulo, 26 de novembro de 2012
Caro Antonio Caleari,
Fui seu orientador em trabalho de conclusão de curso que tratava dos limites do direito penal diante do negacionismo e o aprovei porque o objeto de estudo se limitava a discutir aspectos técnicos jurídicos do projeto de lei 987/07 à luz da teoria do bem jurídico penal.
No entanto, fui surpreendido pela publicação de um livro com uma dedicatória que adjetiva de tiranos aqueles que discordam de suas ideias, bem como de mártires os defensores da Revisão Histórica.
Escrevo para deixar clara minha posição a respeito do tema: ainda que entenda legitimo o estudo acadêmico sobre os limites do direito penal em qualquer área, não concordo com teses negacionistas e acredito no Holocausto como uma das maiores tragédias humanas, que merece ser lembrado como uma triste marca e como um símbolo do que há de pior e de mais perverso na humanidade.
Peço, portanto, que não atrele meu nome – nem o nome da Universidade de São Paulo - a qualquer tese negacionista, revisionista, nem a ideias ou propostas que constem em seu blog.
Sem mais.
Pierpaolo Cruz Bottini
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