15 de dezembro de 2012

Doze fatos sobre armas e os Estados Unidos


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WASHINGTON —O ataque a uma escola primária, nesta sexta-feira - que deixou 27 mortos e vários feridos nesta na pequena cidade de Newtown, em Connecticut - trouxe de volta ao centro das discussões o controle de armas nos Estados Unidos. Obama mencionou o tema apenas de passagem, em seu pronunciamento de condolências às famílias das vítimas, e foi criticado pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg e o cineasta Michael Moore, diretor de “Tiros em Columbine”. Veja doze fatos sobre o controle das armas no país.

1. Assassinatos em massa não são raros nos Estados Unidos
A revista “Mother Jones” tem monitorado e mapeado cada tiroteio nas últimas três décadas no país. Segundo as informações, desde 1982, foram pelo menos 61 assassinatos em massa com armas de fogo, em 30 estados dos EUA, de Massachusetts ao Havaí. E na maioria dos casos, os assassinos tinham obtido suas armas legalmente.
2. Maiores massacres foram nos EUA
Onze dos 20 maiores tiroteios nos últimos 50 anos aconteceram nos Estados Unidos. Em segundo lugar está a Finlândia.
3. Muitas armas não significam muitos ataques, como se pode ver em Israel ou na Suíça
Segundo David Lamp, do Instituto Cato: “Em Israel e na Suíça, por exemplo, uma licença para possuir armas está disponível para todo adulto cumpridor da lei, e as armas são facilmente obtidos em ambas as nações”. Os dois países também permitem o porte de armas de fogo e, no entanto, Arthur Kellerman, um dos principais defensores do controle de armas, afirma que Suíça e Israel têm taxas de homicídio baixas, apesar dos altos índices de posse de arma de fogo, tão altos quanto os dos Estados Unidos.
4. Dos 11 piores massacres ocorridos nos EUA, cinco aconteceram a partir de 2007
A lista não inclui o tiroteio na escola em Newtown, em Connecticut. O total de 27 mortos faz com que o massacre desta sexta-feira seja o segundo mais violento em escolas nos Estados Unidos.
5. Os EUA são um país extraordinariamente violento, mas não tanto quanto costumava ser
Kieran Healy, um sociólogo da Universidade de Duke, fez um gráfico em julho com “mortes por agressão” nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos. A pesquisa mostra que o país tem taxas bem acima da de outros, mas ainda assim já teve números mais altos.
6. O Sul é a região mais violenta
O mesmo gráfico mostra que, assim como o país é claramente mais violento no continente, dentro do território nacional, a região Sul é a que registrou mais massacres.
7. A posse de armas nos Estados Unidos está em declínio
“A posse de armas de fogo é a mais baixa de todos os tempos”, escreveu o cientista político Patrick Egan, da Universidade de Nova York, em julho. O declínio é mais evidente em dados da Pesquisa Social Geral, embora também apareça na pesquisa do Gallup. Os números sugerem que o país está de fato experimentando atualmente um declínio da cultura de armas e da violência.
8. Mais armas tendem a significar mais homicídios
Apesar de não estar associada diretamente a massacres, a quantidade de armas está ligada ao número de assassinatos, segundo o Centro de Controle e Pesquisas sobre Lesões de Harvard, que tem provas substanciais que indicam que mais armas representam mais mortes, independentemente do país.
9. Estados com leis mais rígidas de controle de armas têm menos mortes por violência
No ano passado, o economista Richard Florida estudou profundamente as correlações entre as mortes de armas e outros tipos de indicadores sociais. De acordo com ele, locais mais populosos, com mais índice de estresse, com mais imigrantes e mais cidadãos com doenças mentais não estão relacionados às mortes por violência armada. O dado previsível mostra, no entanto, que estados com leis mais rígidas de controle de armas parecem ter menos mortes relacionadas à violência.
10. O controle de armas geralmente não é popular politicamente
Desde 1990, o instituto Gallup vem perguntando aos americanos se eles acham que as leis de controle de armas devem ser mais estritas. A maioria diz que não. Mesmo assim, esse número vem caindo: o percentual a favor de leis mais rigorosas para a venda de armas de fogo caiu de 78% em 1990 para 62% em 1995, e 51% em 2007, segundo o Gallup. Em 2010, 44% eram a favor de leis mais rígidas.
11. Paradoxalmente, políticas específicas para o controle de armas muitas vezes são populares
Uma pesquisa de agosto deste ano da CNN /ORC perguntou aos entrevistados se eles eram a favor ou contra de uma série de políticas específicas para restringir a posse de armas. Muitas dessas políticas, incluindo a proibição da fabricação e posse de rifles semiautomáticos são populares. Cerca de 90% também apoiam a proibição de compra para criminosos ou doentes mentais.
12. Tiroteios não tendem a afetar substancialmente pontos de vista sobre o controle de armas
É o que mostra uma pesquisa do instituto Pew, realizada após o tiroteio em um cinema no Colorado, que matou 12 pessoas este ano.

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