- ANÁLISE, Folha de SP, 2/3/2012
O acordo é significativo porque começará a reverter o padrão nocivo de lidar com os problemas fiscais de Washington unicamente com cortes nos gastos públicos.
Mas é um pacto fraco, ainda generoso demais com os ricos e que não trará receita suficiente para cobrir a necessidade profunda de investimentos públicos do país.
Os republicanos foram forçados a ceder em sua oposição filosófica ao aumento de impostos, mas fizeram com que fosse impossível alcançar um pacto voltado ao futuro.
A Casa Branca disse que teve de fazer concessões sobre o limite para o aumento de impostos para que fossem renovadas medidas importantes.
Não foi o único preço pago por Obama. O imposto sobre os maiores espólios do país vai subir levemente, mas muito menos do que seria necessário, numa concessão desnecessária às famílias mais ricas.
A batalha está longe de ganha. Ainda é preciso um pacto para acabar com os cortes arbitrários para enxugar US$ 110 bilhões dos orçamentos militar e doméstico. E os republicanos aguardam que o Tesouro atinja seu limite de dívida em algumas semanas, na esperança de ter mais reduções dos gastos públicos.
Obama excluiu negociações sobre o teto da dívida. Mas, como deixa claro esse acordo, ele frequentemente faz concessões no último minuto, e, no caso atual, foram os democratas no Senado que o solaparam. As limitações do acordo mostram quanto os republicanos ganharam em troca de sua intransigência.
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