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Direcionado a alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do médio, exame mede conhecimento em português e matemática
O governo federal vai introduzir neste ano, de forma amostral, questões de ciência na Prova Brasil, afirmou em entrevista ao Estado o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Hoje, o exame, que é aplicado aos alunos de 5.º e 9.º ano do ensino fundamental e 3.º ano do ensino médio das redes públicas do País, avalia português e matemática.
"Num primeiro momento, (a medida) não terá o objetivo de interferir na nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), mas será a preparação para isso. A Prova Brasil do 5.º e do 9.º ano (do ensino fundamental) terá ciências também", disse. O Ideb combina o resultado do desempenho dos estudantes em avaliações (Prova Brasil/Saeb) com a taxa de aprovação.
A Prova Brasil é uma avaliação em larga escala do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aplicada a cada dois anos em escolas públicas urbanas e rurais que possuem turmas de 20 ou mais estudantes. O objetivo é avaliar o sistema educacional, analisando o desempenho de alunos, docentes e servidores.
As escolas são selecionadas pelo Inep a partir de dados do Censo Escolar. As provas são formadas por quatro blocos - dois de língua portuguesa e dois de matemática. Não são divulgados resultados individuais dos estudantes, já que o objetivo é avaliar a unidade e o sistema de ensino.
Simulado. Mercadante também afirmou que o Inep está disposto a apoiar todas as prefeituras que quiserem promover simulados da Prova Brasil. "Teremos uma avaliação pedagógica que indicará onde a escola está bem, onde não está. Estamos dispostos a apoiar todo mundo que quiser fazer simulado. Vamos colocar as questões à disposição e ajudar a viabilizar as provas."
No caso do ensino médio, o MEC quer substituir a Prova Brasil/Saeb, amostral, pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Questionado sobre o assunto, o ministro disse que "as administrações públicas, as secretarias de Educação e os estudantes já trocaram" a Prova Brasil/Saeb pelo Enem na avaliação do ensino médio. "Já trocaram porque é concreto: a escola coloca ou não o estudante em uma federal, no ProUni (Programa Universidade para Todos), no Ciência sem Fronteiras, nas cotas. Esse vai ser o debate, não tem outro", afirmou.
O ministro considerou "bobagem"as críticas de que o governo estaria tentando "maquiar" a avaliação do ensino médio, após o resultado do Ideb do ensino médio apontar para uma estagnação - o índice foi de 3,6 (Ideb 2009) para 3,7 (2011). "O Enem hoje é o foco dos estudantes do ensino médio, é o que define a vida deles. É para onde os pais estão olhando, para onde a escola está olhando."
Mercadante também elogiou o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), que flexibiliza a Lei Geral da Copa e autoriza as escolas de todo País a manterem suas atividades durante o campeonato. O texto determina que os sistemas de ensino "deverão ajustar os calendários escolares" de forma que o período de férias compreenda todo o período do Mundial. "Não tem Copa em todas as cidades nem todos os jogos são prioridade. Temos de mostrar que educação é prioridade."
(Rafael Moraes Moura - O Estado de São Paulo)
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