Para o parlamentar, o desafio do Brasil é fazer com que todos os jovens concluam o ensino médio com qualidade
Cotas raciais para ingresso na universidade e em concurso público, apesar de importantes para inclusão dos negros, privilegiam aqueles que já concluíram o ensino médio e representam "um jeitinho" para escurecer a cor da elite brasileira, na opinião do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Para o parlamentar, o desafio do Brasil é fazer com que todos os jovens concluam o ensino médio com qualidade.
- Gostaria de ver todos que lutam por cotas para negros no serviço público e nas universidades lutando por uma cota de 100% de jovens concluindo o ensino médio com qualidade - disse, ao comentar aprovação, pela Câmara dos Deputados, de projeto que reserva para negros 20% de vagas em concursos públicos.
Conforme Cristovam, o Brasil enfrenta o constrangimento de ser um país de muitas raças e ter uma elite branca.
- Esse embranquecimento da elite de um povo que não é branco é uma vergonha nacional. Não termos um embaixador negro é uma vergonha! Não temos juízes negros e médicos negros na quantidade que deveríamos ter - frisou.
Cristovam disse que as cotas nas universidades e no serviço público ajudam o país a ter mais negros como juízes, procuradores, médicos e outras profissões que exigem ensino superior. No entanto, reafirmou que o desafio é zerar o analfabetismo entre o povo negro e oferecer escola igual para todos os brasileiros, desde a primeira série do ensino fundamental.
Ainda em seu pronunciamento nesta sexta-feira (28), Cristovam defendeu a instalação da CPI da Petrobras. Na avaliação do senador, a CPI não será contra a estatal, mas em sua defesa, para alertar os governantes sobre erros que devem ser corrigidos.
(Agência Senado)
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