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Segundo palestrantes da 4ª CNCTI, conhecimento deve ser um bem comum O potencial de desenvolvimento e produção de tecnologias com capacidade para melhorar o bem estar da população deve ser encarado como um bem público e não como um negócio de grandes empresas em busca de lucro. Esta é a síntese feita pelos participantes da mesa "Democracia e Cidadania: o papel da CT&I na redução das desigualdades sociais", realizada nesta sexta-feira (28/5), último dia da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI).
Para os debatedores, a atual configuração da ciência mundial, baseada na busca por patentes que garantam a lucratividade da propriedade intelectual, é insustentável e, principalmente, antiética. "A ciência e a tecnologia devem ser um bem comum, mas é inviável pensar em bem comum com o atual sistema de propriedade intelectual", afirmou Cândido Grzybowski, diretor do Instituto Brasileiro de Análise Socioeconômica (Ibase). "Isso faz com que a CT hoje seja um fator de exclusão. Há um claro problema ético."
Para Grzybowski, ser contra o atual sistema de propriedade intelectual não significa ser contra inovação ou mesmo afirmar que sua produção não deva ser bem remunerada. "Há outras formas de se fazer isso", garantiu.
Na ótica de Paulo Augusto Itaracambi, do Instituto Ethos, o atual momento socioeconômico mundial demonstra a necessidade de se trabalhar com novos paradigmas de desenvolvimento. "Precisamos interromper a privatização do bem comum. O cenário é de oportunidade", defendeu, referindo-se aos debates relativos aos rumos da Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP).
Segundo ele, os cientistas devem atentar para a necessidade de produzir ciência voltada para a preservação do meio ambiente, da sustentabilidade e da inclusão social. "Não é possível conceber a sociedade de bem estar sem inovação", complementou secretário-executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Antonio Prado. (Marcelo Medeiros, do Jornal da Ciência) |
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