30 de junho de 2011 Educação no Brasil | O Globo | O País | BR Segundo pesquisa da OCDE com 38 países, colégios brasileiros têm média de 0,16 computador por aluno Rodrigo Gomes rodr[ga.gomes@oglobo.com.br A inclusão digital ainda não avançou nas escolas brasileiras, mostra uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), com base em números do Programa internacionál de Avaliação de Alunos (Pisa). No estudo, o Brasil ficou em último numa lista de 38 países avaliados em relacão ao número de computadores por aluno. As escolas brasileiras oferecem, em média, um computador para cada 6,25 estudantes ou 0,16 computador por aluno. A Austrália é o mais bem colocado, com 1,03 aluno por computador. Na China, a média é de 1,75, enquanto a média dos países da OCDE (composta por 34 nações desenvolvidas) é 1,69. Na Colômbia, o mais bem colocado daAméricaLatina,amédia é de 2,85 alunos por máquina. O estudo mostra ainda que 53,3% dos estudantes brasileiros analisados declaräm ter um computador em casaou seja, metade dos alunos no país não temacessoacomputadorem casa. A proporção, porém, é 129% maior que em 2000, quando apenas 23,2% afirmaram possuir o equipamento. Apesar do crescimento expressivo, o país ainda está longe das nações mais ricas. A média registradapelos.paísesmembros da OCDE foi de 94,3%. Coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara diz que pelo menos dois motivos explicam a péssima colocação do Brasil: Há .a renda das famílias, que se liga ao fato de terem ou não computador e internet em casa. E há a falta de infraestrutura das escolas, que discutimas ao formular o Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi, com valores mínimos por aluno para ensino de qualidade em cada nível educacional). Nesse custo, está incluída a presença de laboratórios de informática com banda larga diz Cara, sobre uma conta que é parte de um parecer aprovado pelo Conselho Nacional de Educação, mas que aguarda análise do MEC bá um ano. Porque não é só ter computador. Se esse ranking considerar também internet, e com banda larga, a situação brasileira fica bem pior. Estive no Amapá mês passado e lui informado de que não havia banda larga em lugar algum do estado. Presidente da União Nacional dos· Dirigentes Municipais de Educação e secretária de Educação de São Bernardo do Campo (SP), Cleuza Repulho cita outro obstáculo: A capacitação de professores é o maior desafio. Acabamos de aderir ao Um Computador por Aluno (UCA, programa federal de distribuição de netbooks) e estamos para receber 15 mil net books. Mas, antes, tivemos de instalar fibra ótica praticamente na cidade toda. E estamos tendo de dar cursos aos professores; já vi aluno tendo que dizer "dá enter" para professor que não sabia o que fazer. A questão é que muitas cidades não têm recurso próprio para tudo isso, e o volume de recursos repassados a elas ainda não é suficiente. Falta uma politica nacional de inclusão digital sustentável, e sustentável quer dizer não só a doação de computador e de conexão à internet, como faz a maioria dos programas públicos, mas a criação de uma proposta pedagógica para isso, com capacitação continuada do professor e acompanhamento do impacto que essa inclusão teve completa Rodrigo Baggio, presidente do Comitê para Democratização da Informática (CD1), para quem, mais importante do que o número de computadores por aluno é o dado socioeconômico que mostra que metade dos alunos não tem computador em casa. Por meio da assessoria, o MEC afirmou que, pelo Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), entre 2000 e 2010, "foram adquiridos 81620 Iaboratórios de informática, beneficiando 67 mil escolas urbanas e rurais e atendendo 44 milhões de alunos. Além disso, o MEC está capacitando cerca de 500 mil professo es e gestores para uso das novas tecnologias em sala. Ao todo, 54 mil escolas urbanas receberam internet peIo P ograma Banda Larga". |
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