28 de dezembro de 2011 Sangari | Século Diário | ES --> O Ministério da Justiça e o Banco do Brasil anunciaram, nessa terça-feira (27), a prorrogação da "Campanha Nacional do Desarmamento - Tire uma arma do futuro do Brasil". Com a decisão, o governo federal mantém o pagamento das indenizações às pessoas que entregarem espontaneamente suas armas em um dos postos de coleta espalhados pelo País. A uma semana do fim do ano, a campanha recolheu 36.834 armas e 150.965 munições. No total, foram pagos R$ 3,5 milhões em indenizações pelos armamentos. Cada artefato entregue faz jus a um valor de R$ 100, R$ 200 ou R$ 300, dependendo do tipo de armamento. Um dos motivos que levaram o governo federal a prorrogar a campanha foi o recuo da taxa nacional média de homicídios, que caiu para 22 assassinatos/100 mil habitantes. Os estudos confirmam que a intensificação das campanhas de desarmamento é um dos fatores que contribuem para o recuo da violência. O levantamento do Ministério da Justiça, porém, aponta que o recolhimento de armas no Espírito Santo foi bem abaixo da média nacional. Enquanto no Estado foram recolhidas 9,9 armas para cada grupo de 100 mil habitantes, no Brasil a média é de 17,8/100 mil. No ranking nacional, o Espírito Santo ocupa apenas a 15ª posição, com um total de 349 armas recolhidas. Esse é um dos motivos que explicam os altos índices de violência no Estado, que a dono da segunda maior taxa de homicídios do Brasil (50/100 mil), ficando atrás apenas de Alagoas. Para se ter uma noção mais precisa entre a relação desarmamento e altas taxas de homicídios, basta comparar os números da campanha com dados estatísticos do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari. São Paulo que hoje convive com taxas de homicídios de primeiro mundo - menos de 10 assassinatos por 100 mil - foi o quarto estado em recolhimento de armas, alcançando o índice 24,2 armas/100 mil, quase três vezes o índice registrado no Espírito Santo. O Rio de Janeiro, que também vem reduzindo, ano a ano, as taxas de crimes letais, foi o terceiro estado que mais recolheu armas, com a média de 24,5/100 mil habitantes. De outro lado, Alagoas - líder do ranking nacional de homicídios - recolheu apenas 7,9 armas para cada grupo de 100 mil habitantes. Em números absolutos, apenas 248 armas- quase 100 a menos que seu principal concorrente, Espírito Santo, que recolheu 349. O estado do Pará, onde a violência está em ascensão, é mais um exemplo que confirma que existe uma relação direta entre arma de fogo e o aumento das taxas de homicídios. Em 2010, segundo o Mapa da Violência, foram registrados no Pará 46 homicídios/ 100 mil. Consequentemente, o desempenho do estado nortista na campanha do desarmamento foi pífio: apenas 5,5 armas/100 mil, desempenho que deixou o estado na 22ª posição no ranking nacional. |
29 de dezembro de 2011
Estados com altas taxas de homicídio são os que recolheram menos armas em 2011
Postado por
jorge werthein
às
10:07
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