24 de dezembro de 2011 A Gazeta Online - ES | Cultura | ES Claudio Vereza, deputado estadual (PT) e jornalista Milhares de pessoas foram às ruas de Vitória, no dia 30 de outubro, na Marcha Contra o Extermínio de nossos jovens, principalmente de pobres e negros. Conquistamos o triste título de vice-campeão em morte de jovens. Mais do que em outras épocas, nossos jovens, ora executores, ora vítimas, têm suas vidas interrompidas bruscamente pela violência em homicídios, acidentes de trânsito e suicídios. Muitos não morrem, mas perdem o vigor da juventude no consumo de drogas. O brado de "basta!", sustentado em todo o percurso da marcha, tem respaldo em números como os de homicídios, responsáveis por 39,7% das mortes de jovens, em uma população de 34 milhões com idade entre 15 e 24 anos. Entre os "meninos negros", os homicídios aumentaram de 26.915 para 32.349, um crescimento de 20,2%. Os números, do estudo "Mapa da Violência 2011" (98-2008) do Instituto Sangari, encomendado pelo Ministério da Justiça, desafiam a todos nós. Urgente é a necessidade de se implementar políticas públicas para salvar essas vidas, levando em conta o protagonismo juvenil e reconhecendo nesses cidadãos a capacidade de serem partícipes de suas trajetórias. Neste sentido, a Política Nacional de Juventude, criada em 2005, foi o primeiro passo, seguido pela criação da secretaria, do conselho e de programas que dialogam com as especificidades da Juventude. E aqui, em terras capixabas, por ser o Espírito Santo o segundo do país onde mais morrem jovens, com 9.081 dessas vidas levadas pela violência em dez anos (98-2008), temos esse compromisso reforçado. Diante deste desafio, em 2007 aprovamos a Política Estadual de Juventude (PEJ) e seu conselho, através da Lei n° 8.594, baseada no Plano Nacional da Juventude. Mas é preciso regulamentá-la e implementá-la sem visões estereotipadas de uma "juventude problema", pois compromete os avanços necessários. Compreender o aspecto da diversidade, característica intrínseca à esse segmento, é condição fundamental para alcançá-lo em políticas nacionais, estaduais e municipais. De fato, trata-se de um esforço diário. O elevado potencial da juventude de se organizar e multiplicar experiências adquiridas em ações locais pela promoção e inclusão no mercado e pelo acesso a atividades culturais e esportivas deve ser estimulado. A marcha que movimentou Vitória é uma prova vigorosa desse protagonismo. E, em iniciativas como as de redes de cultura jovem, centros de referência e ações comunitárias presenciamos ações basilares para a superação dessa difícil realidade. |
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