SBF: Reforma do ensino médio não pode sucatear ciência | |
Sociedade Brasileira de Física (SBF) envia carta ao ministro da Educação com sugestões de como modernizar e aperfeiçoar o ensino das disciplinas científicas nas escolas.
A reforma do currículo do ensino médio proposta pelo Ministério da Educação é importante e desejável, mas há de se tomar cuidado para não agravar, em vez de solucionar, alguns dos sérios problemas enfrentados hoje no setor de educação.
Em carta enviada ao ministro Aloizio Mercadante, a diretoria da Sociedade Brasileira de Física manifesta sua preocupação de que as disciplinas de física, biologia e química sejam reunidas sob um único curso de "ciências da natureza". A iniciativa deve diluir ainda mais a apresentação dos conteúdos científicos, que hoje carecem de aprofundamento e modernização na grade curricular.
Em vez disso, a SBF sugere que haja diversificação optativa no ensino médio, com aumento de carga horária para essas disciplinas destinado aos alunos que pretendem seguir carreira técnica ou científica.
Veja a íntegra da carta enviada ao ministro Mercadante.
Ao M.D.
Sr. Dr. Aloizio Mercadante Oliva
Ministro
c/c Dr. Cesar Callegari
Secretário de Educação Básica
Ministério da Educação
Sr. Ministro,
Diante das notícias de que o MEC inicia um processo de discussões sobre a reforma do currículo do ensino médio no País com o objetivo de, até o início de 2013, encaminhar proposta de resolução nesse sentido ao Conselho Nacional de Educação (CNE), a Sociedade Brasileira de Física gostaria de apresentar as seguintes considerações:
Pelas razões acima, julgamos um retrocesso danoso aos interesses do País a proposta de reunir o ensino de física, química e biologia em uma única disciplina chamada de "ciências da natureza" (ou equivalente). Entendemos que essa opção levaria a que o conteúdo específico de cada uma delas fosse gravemente diluído e, portanto, irremediavelmente comprometido, ao mesmo tempo em que passaríamos a ter dificuldades quase insuperáveis para a formação e atualização de professores na quantidade necessária e com a qualidade mínima indispensável para ministrar tal disciplina.
A Sociedade Brasileira de Física se coloca de pronto à disposição do Ministério da Educação, do Conselho Nacional de Educação e das secretarias estaduais de educação para debater esses pontos e apresentar sua colaboração para que a proposta de resolução a ser definida venha a melhor contribuir para a formação de jovens mais habilitados para o mercado profissional e o exercício da cidadania plena no Brasil das próximas décadas.
São Paulo, 21 de agosto de 2012
Sociedade Brasileira de Física
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