21 de novembro de 2011

Mapa da Violência é destaque em mesa redonda em Brasília


20-11-2011Debate
Luciano Milhomem - Sangari
Mesa redonda "As cidades e a violência urbana"
Sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de Pesquisas do Instituto Sangari
Os dados do Mapa da Violência 2011, do Instituto Sangari, foram o pontapé inicial da mesa redonda "As cidades e a violência urbana", realizada em Brasília na manhã desta quarta-feira 9. Iniciativa da revista Pensar Verde e da Fundação Herbert Daniel, o debate reuniu o autor do Mapa, sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de Pesquisas do Instituto Sangari; o professor Luiz Antônio Oliveira, da Universidade Estadual Paulista (UNESP); a professora Aidê Caruso, da Universidade de Brasília (UnB); e o deputado federal Roberto de Lucena (PV-SP).
 
Waiselfisz expôs os dados do Mapa da Violência 2011 e destacou as questões da interiorização da violência, da vitimização da juventude e do suicídio entre indígenas. Em seguida, falou o professor Oliveira, para quem o Mapa tem pautado ações do poder público e permite observar tendências, graças à regularidade de sua metodologia e da publicação dos dados. Segundo o especialista, faltam estatísticas mais sofisticadas no Brasil. "Endosso tudo o que o professor Jacobo disse", afirmou Oliveira, que salientou ainda a importância da focalização de políticas públicas para a juventude. "O Estatuto da Juventude está atrasadíssimo", protestou. Oliveira defendeu também reforço na prevenção à violência. Para ele, as políticas nessa área devem ter caráter social, não policial, e preventivo, não punitivo. Elas precisam igualmente ser intermunicipais e articuladas entre os níveis federal, estadual e municipal.
 
O deputado federal Roberto de Lucena pronunciou-se, em seguida, sobre "O papel do Congresso Nacional no combate à violência urbana". Em sua opinião, "a cultura da violência está estabelecida no Brasil", impregnada no dia-a-dia, nos meios de comunicação, na internet, no entretenimento, até nas famílias. Segundo o parlamentar, "o Congresso Nacional não está insensível ao problema" e mencionou as comissões permanentes dedicadas ao tema da segurança pública, além das CPIs, subcomissões especiais e temporárias e frentes parlamentares. "A cultura da violência precisa ser desarmada", afirmou.
 
A professora Aidê Caruso enfatizou, em sua apresentação, o papel dos municípios no enfrentamento da violência urbana. Lembrou a importância das guardas municipais e o protagonismo dos prefeitos. "Não dá para achar que a solução vem da União. Cada município tem uma realidade", disse ela. Em contraponto à posição de Oliveira, Caruso observou que "não dá para abrir mão da repressão, mas fazer uma repressão qualificada". Para a especialista, há bastantes diagnósticos, mas faltam planos de intervenção com os devidos monitoramento e avaliação.
 
O debate foi transmitido ao vivo, entre as 10h e as 13h, pelo site da Fundação Herbert Daniel, e contou com a audiência de aproximadamente 300 internautas, além de mais de 30 ouvintes no auditório da Fundação Universa, em Brasília. Muitos tiveram a oportunidade de fazer perguntas aos debatedores.

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