Gabo Morales/Folhapress | ||
Vista do campus da Harvard University, EUA; universidade faz parte da Ivy League (escolas de elite) |
SÃO PAULO - Nos últimos anos, o Brasil abraçou com gosto as políticas de ação afirmativa. Não sou um grande fã das cotas raciais em universidades, mas entendo os argumentos dos que as defendem. A educação superior é a principal via de ascensão social; como grupos mais discriminados já iniciam sua trajetória escolar em desvantagem, estabelecer uma regra de acesso à universidade igual para todos praticamente os condena à imobilidade.
Como somos neófitos nessa matéria, convém olhar para a experiência dos países que começaram antes de nós para aprimorar nosso sistema. "The New York Times" acaba de publicar balanço de 35 anos de ações afirmativas em universidades nos EUA. A principal conclusão é que, embora negros e hispânicos tenham ganhado terreno em instituições menos seletivas, as políticas não foram tão eficientes quando o universo considerado é o das 100 escolas de elite (públicas e privadas). Na verdade, nessas instituições, embora a proporção de negros e hispânicos tenha crescido, a sub-representação desses grupos em relação à população em idade universitária aumentou quando comparada aos anos 80. Os brancos e asiáticos, que já estavam super-representados em 1980, ficaram ainda mais.
Na elite da elite (as oito escolas da Ivy League), a proporção de brancos matriculados caiu e a de asiáticos disparou. E provavelmente teria disparado mais, não fossem ações afirmativas. Um grupo de alunos asiáticos está processando Harvard, acusando-a de discriminá-los para beneficiar membros de outras etnias.
A questão central, porém, é outra. Por que 35 anos de ações afirmativas não foram suficientes para produzir uma paisagem de equilíbrio? Para especialistas, a persistência da sub-representação indica que apenas lidar com o acesso à universidade não basta. Para realmente promover a equidade, é preciso atuar no nível da pré-escola e do ensino fundamental.
Como somos neófitos nessa matéria, convém olhar para a experiência dos países que começaram antes de nós para aprimorar nosso sistema. "The New York Times" acaba de publicar balanço de 35 anos de ações afirmativas em universidades nos EUA. A principal conclusão é que, embora negros e hispânicos tenham ganhado terreno em instituições menos seletivas, as políticas não foram tão eficientes quando o universo considerado é o das 100 escolas de elite (públicas e privadas). Na verdade, nessas instituições, embora a proporção de negros e hispânicos tenha crescido, a sub-representação desses grupos em relação à população em idade universitária aumentou quando comparada aos anos 80. Os brancos e asiáticos, que já estavam super-representados em 1980, ficaram ainda mais.
Na elite da elite (as oito escolas da Ivy League), a proporção de brancos matriculados caiu e a de asiáticos disparou. E provavelmente teria disparado mais, não fossem ações afirmativas. Um grupo de alunos asiáticos está processando Harvard, acusando-a de discriminá-los para beneficiar membros de outras etnias.
A questão central, porém, é outra. Por que 35 anos de ações afirmativas não foram suficientes para produzir uma paisagem de equilíbrio? Para especialistas, a persistência da sub-representação indica que apenas lidar com o acesso à universidade não basta. Para realmente promover a equidade, é preciso atuar no nível da pré-escola e do ensino fundamental.
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