Roubos, furtos, brigas, ameaças e pichações estão entre ocorrências.
Pesquisa é da Flacso, em parceria com o MEC e a OEI.
A cada 10 estudantes de Vitória, três afirmam ter sofrido algum tipo de violência na escola durante 2015. No país, esse número chega a quatro. Roubos, furtos, brigas, ameaças e pichações estão entre as principais ocorrências nas escolas avaliadas.
Os números são do Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas: “Falam os Jovens”, uma pesquisa realizada, entre janeiro e novembro do ano passado, pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI).
Vitória lidera o ranking de cyberbullying (ameaçar ou xingar pela internet) e mais de 15% dos estudantes capixabas entrevistados admitiram usar bebida alcoólica, cigarro ou drogas como cocaína e crack dentro das instituições.
Ao todo, 6.709 alunos, entre 12 e 29 anos, de 140 escolas públicas de ensino fundamental e médio foram entrevistados. Desse total, 71% declararam-se pardos ou pretos.
A pesquisa revela que, em geral, o cyberbullying representa 28% dos casos de violência. Em Vitória, o percentual salta para 37%. De volta aos dados gerais, roubo e furto representam 25% dos casos e ameaças, 21%. A sala de aula registra 25% dos casos, mesmo percentual dos corredores.Maceió, Fortaleza, Vitória, Salvador, São Luiz, Belém e Belo Horizonte foram as capitais escolhidas porque no Mapa da Violência 2014 se destacaram no ranking de homicídios de jovens com uma média de 82,7 mortes por 100 mil jovens.
Discriminação é uma realidade para 27% dos alunos. Além disso, 22% dos entrevistados já viram armas dentro da escola. Dos que admitiram levar as armas, 24% confessaram ser arma de fogo.
Para uma das pesquisadoras envolvidas no estudo, Ana Paula da Silva, o que mais incomoda os entrevistados são as ameaças, o cyberbullying e as relações sociais, como a não aceitação do outro, do professor, ou do diretor, por exemplo. Tudo isso contribui para a transformação da realidade escolar.
Para enfrentar esse cenário no estado, o programa Coordenador de Pais é uma das ações que tem dado resultados, segundo o secretário Estadual de Educação, Haroldo Rocha. Por meio do programa, pessoas da própria comunidade atuam para reaproximar a escola das famílias com filhos ausentes, com visitas domiciliares e apoio. Mais de 22 mil estudantes receberam atendimento.
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