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O número de alunos da rede pública que entrou na USP com ajuda do bônus no vestibular caiu 19% entre 2015 e 2016. A queda ocorre mesmo com a alta de 3% no total de inscritos no programa.Desde 2015, a USP tem duas opções de ingresso, que podem ser tentadas simultaneamente pelos estudantes: a maior parte das vagas é pela Fuvest e outra, pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificado), que usa a nota do Enem.
O Sisu é a aposta da USP para ampliar a inclusão. Em 2017, as vagas reservadas para esse sistema de seleção vão subir de 13% para 20% do total –três quartos delas só para quem é da rede pública.
Além dessa expansão, a instituição também manteve a bonificação na Fuvest para alunos de colégios públicos. O estudante registrado no programa, chamado Inclusp, tem um incremento na nota que pode chegar a 25%. Entretanto, só 7% dos inscritos conseguiram vaga em 2016. Esse índice foi de 10% no ano anterior.
Em 2015, ingressaram na USP pelo Inclusp 3.811 alunos –quando 39.905 se inscreveram. Já em 2016, entraram 3.070 alunos, de um total de 41.058 inscritos pelo sistema. A USP ainda teve em 2016 a entrada de mais 567 alunos da rede pública pelo Sisu.
O Inclusp foi criado em 2006 e prevê desde 2014 que estudantes PPI (pretos, pardos e indígenas) tenham adicional de mais 5% na nota.
Vinda de escola pública, Mariana Martins, 18, inscreveu-se pelo sistema no ano passado. Chegou à segunda fase em letras, mas não passou. "No Enem, tinha nota para entrar na Universidade Federal de Viçosa, mas quis tentar USP de novo", diz. Se passar, será a primeira da família a chegar na universidade.
A coordenadora do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, diz que a Fuvest tem um alto grau de exigência. "Na prova, os estudantes têm de pensar e repensar. Como o aluno de escola pública muitas vezes não viu o conteúdo, tem mais dificuldades."
Três em cada cinco aprovados na USP no ano passado fizeram cursinho preparatório. Em medicina, por exemplo, 90% dos ingressantes passaram pelo reforço.
No ano passado, 34,6% dos ingressantes da USP vieram de escola pública (pela Fuvest e Sisu). Em São Paulo, 85% dos alunos do ensino médio estão em escolas públicas.
Segundo a pró-reitoria de graduação da USP, "a consistência desses dados foi um dos itens decisivos" para aumentar em 2017 as vagas por meio do Sisu para estudantes PPI e da rede pública. A instituição não planeja alterar as regras do bônus nem reservar vagas pela Fuvest.
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