3 de fevereiro de 2017

Metade conclui ensino médio na rede pública de SP sem saber regra de três


Apu Gomes - 18.ago.2011/Folhapress
ORG XMIT: AGEN1108191258132712 SO PAULO, SP, BRASIL, 19-08-2011, 07h00: GOVERNO LOTA SALAS DE AULAS. Alunos da 5 serie em aula de Portugues na Escola Estadual Washington Alves Natel, no Parque Residencial Cocaia, na zona sul de Sao Paulo, escola superlotada, com uma media de 45 alunos por sala de aula. Escolas Estaduais de Sao Paulo possuem mais alunos em sala de aula que o recomendado MEC. (Foto: Apu Gomes/Folhapress, Cotidiano ) *** EXCLUSIVO***
Alunos têm aula de português em sala de aula lotada, na zona sul de São Paulo em 2011
Apesar de o Idesp, indicador oficial da rede paulista, ter subido no ensino médio em 2016, quase metade dos alunos terminam essa etapa sem aprender nem o básico em matemática.
São estudantes que saem da escola sem conseguir resolver, por exemplo, problemas que envolvam proporcionalidade e regra de três.
A proporção de alunos nesta situação de dificuldades extrema aumentou. Passou de 44% dos alunos, em 2015, para 48% em 2016.
Somente 0,3% dos alunos do 3º ano do médio apresentaram na avaliação do ano passado uma proficiência considerada "avançada". É o mesmo patamar do ano anterior.
A própria Secretaria de Educação faz a divisão entre quatro níveis. Abaixo do básico, básico, adequado e avançado. A pasta considera que, a partir do "básico", os alunos já aprenderam o que é chamado de "suficiente".
Os níveis são divididos a partir das notas da escala de proficiências da avaliação oficial, o Saresp, que aumenta progressivamente desde os iniciais do ensino fundamental até o médio.
Na comparação com português, a proporção de alunos no nível "abaixo do básico" é sempre maior em matemática. Nos anos iniciais (5º ano do fundamental), são 16% nessas condições. Quantidade menor que em 2015 (quando eram 19% nesse nível).
Nos anos finais (9º ano), 28% dos estudantes não aprenderam o básico. Os dados nessa etapa também mostram piora na comparação com o ano anterior, quando 24% estavam nesse nível.
AULAS
Para a pesquisadora Katia Smole, consultora em ensino de matemática, os alunos não têm dificuldade de aprender matemática. Os problemas estão na estrutura de aulas.
"Para trabalhar boas aulas, é necessário saber o que ensinar e como é que o aluno aprende. Há problemas nessas duas partes", diz ela.
Ela ressalta que os professores não podem ser responsabilizados sozinhos. "Com os dados, estamos avaliando todo o sistema, e o sistema tem grande responsabilidades."
Os resultados de português do ensino médio tiveram avanço, apesar de indicadores ainda fracos. São 31% dos alunos abaixo do básico nessa disciplina. Percentual alto, mas menor do que em 2015, quando havia 34%.
Há 0,8% no avançado -contra 0,4% em 2015. 

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