CRISTOVAM BUARQUEProfessor emérito da UNB e senador pelo PDT-DF
Apesar de muitos avisos sobre a irresponsabilidade fiscal do governo anterior, as lideranças do DF estão surpresas com o tamanho da crise que se abateu sobre a administração. Enquanto isso, a população assustada assiste à degradação dos serviços, a servidores com salários atrasados, início das aulas adiado, alunos recebendo apenas parte do material didático necessário, festas tradicionais interrompidas ou sem receber o costumeiro apoio público, acordos internacionais cancelados unilateralmente, acordos feitos no passado sem aporte para serem cumpridos ao longo do ano, hospitais sem recursos suficientes. Diante desse quadro, a população fica preocupada com o custo a pagar pelo esforço para equilibrar as contas e retomar o funcionamento normal do DF, seguindo o Pacto por Brasília apresentado pelo governador Rollemberg. Ao fazer essa proposta, o governo mostra preocupação, capacidade técnica e imaginação, e também oferece à Câmara Legislativa e a toda a população a chance de realizarmos grande debate sobre o momento que atravessamos e o futuro de nossa cidade.
As dificuldades impõem urgência na aprovação do Pacto por Brasília, mas não podemos desperdiçar a oportunidade de fazer cuidadosa análise da proposta do governo, tentando entender quais foram as causas da crise, identificar os responsáveis por ela, qual é a melhor maneira de enfrentá-la com o menor custo possível para a população, como impedir que a irresponsabilidade se repita no futuro e, finalmente, definir rumos para que o DF não pare.
Depois de 100 dias desde as eleições, a sensação é de que a crise dominou a agenda do governo e do governador, e isso é preocupante para a cidade. Apesar do tamanho catastrófico da crise herdada, é preciso não paralisar o governo nem a cidade. Brasília não pode parar por causa da crise, nem o governo pode ficar prisioneiro dela. Apesar das dificuldades, é preciso acenar para o futuro.
Tudo indica que, no futuro, Brasília sofrerá escassez de água nos moldes e dimensões da que hoje se abate sobre grandes cidades brasileiras. O governo atual precisa oferecer alternativas para o problema da água no futuro. Nossas crianças precisam ter escolas melhores, e os filhos delas, escolas melhores ainda. Por isso, mesmo atravessando as dificuldades atuais, é preciso saber o que o governo atual propõe fazer para construir no DF a escola ideal de que o Brasil precisa. O sistema de saúde deve melhorar. Por isso, o governo precisa apontar na direção de novas técnicas, como mostrou com o Saúde em Casa, e novas formas de administração, como as experiências mundiais de parcerias com cooperativas e o setor privado. O governo deve anunciar e adotar medidas para melhorar a segurança do cidadão e a mobilidade urbana. Preparar-se desde já para enfrentar a crise de energia que se avizinha.
Mesmo em crise, o atual governo tem de acenar com plano de desenvolvimento que ao longo dos anos transforme a capital em centro econômico, garantindo emprego de qualidade e renda, aproveitando as oportunidades da nova economia do conhecimento, as atrações das características políticas e urbanistas. Investir na consolidação da nossa vocação para o turismo, especialmente de eventos. Iniciativas que criem mais empregos e de boa qualidade.
O governo não deve esperar o fim da crise para definir o projeto cultural, criando festivais, programas como temporadas populares, apoio ao desenvolvimento do cinema.
Ao mesmo tempo em que enfrenta a crise atual, o governo precisa apontar opção de envolvimento social, para que futuros governos não possam praticar a irresponsabilidade que caracterizou o anterior. Definir formas que permitam o controle social na elaboração e execução do orçamento, participação da sociedade nas negociações entre governo e sindicatos, evitando aprisionar outra vez o DF na maldita aliança que une a voracidade do corporativismo ao oportunismo eleitoreiro, sindicalistas pensando no próximo contracheque, e candidatos, na próxima eleição. Mesmo que, no fim do ano, os servidores não consigam receber os salários e o governo não saiba como administrar o mandato seguinte.
Os acordos internacionais não podem ser paralisados, sob o risco de fazer com que a cidade comprometa seu futuro, por desconfiança dos parceiros estrangeiros. Nós não podemos deixar Brasília parar.
Apesar de muitos avisos sobre a irresponsabilidade fiscal do governo anterior, as lideranças do DF estão surpresas com o tamanho da crise que se abateu sobre a administração. Enquanto isso, a população assustada assiste à degradação dos serviços, a servidores com salários atrasados, início das aulas adiado, alunos recebendo apenas parte do material didático necessário, festas tradicionais interrompidas ou sem receber o costumeiro apoio público, acordos internacionais cancelados unilateralmente, acordos feitos no passado sem aporte para serem cumpridos ao longo do ano, hospitais sem recursos suficientes. Diante desse quadro, a população fica preocupada com o custo a pagar pelo esforço para equilibrar as contas e retomar o funcionamento normal do DF, seguindo o Pacto por Brasília apresentado pelo governador Rollemberg. Ao fazer essa proposta, o governo mostra preocupação, capacidade técnica e imaginação, e também oferece à Câmara Legislativa e a toda a população a chance de realizarmos grande debate sobre o momento que atravessamos e o futuro de nossa cidade.
As dificuldades impõem urgência na aprovação do Pacto por Brasília, mas não podemos desperdiçar a oportunidade de fazer cuidadosa análise da proposta do governo, tentando entender quais foram as causas da crise, identificar os responsáveis por ela, qual é a melhor maneira de enfrentá-la com o menor custo possível para a população, como impedir que a irresponsabilidade se repita no futuro e, finalmente, definir rumos para que o DF não pare.
Depois de 100 dias desde as eleições, a sensação é de que a crise dominou a agenda do governo e do governador, e isso é preocupante para a cidade. Apesar do tamanho catastrófico da crise herdada, é preciso não paralisar o governo nem a cidade. Brasília não pode parar por causa da crise, nem o governo pode ficar prisioneiro dela. Apesar das dificuldades, é preciso acenar para o futuro.
Tudo indica que, no futuro, Brasília sofrerá escassez de água nos moldes e dimensões da que hoje se abate sobre grandes cidades brasileiras. O governo atual precisa oferecer alternativas para o problema da água no futuro. Nossas crianças precisam ter escolas melhores, e os filhos delas, escolas melhores ainda. Por isso, mesmo atravessando as dificuldades atuais, é preciso saber o que o governo atual propõe fazer para construir no DF a escola ideal de que o Brasil precisa. O sistema de saúde deve melhorar. Por isso, o governo precisa apontar na direção de novas técnicas, como mostrou com o Saúde em Casa, e novas formas de administração, como as experiências mundiais de parcerias com cooperativas e o setor privado. O governo deve anunciar e adotar medidas para melhorar a segurança do cidadão e a mobilidade urbana. Preparar-se desde já para enfrentar a crise de energia que se avizinha.
Mesmo em crise, o atual governo tem de acenar com plano de desenvolvimento que ao longo dos anos transforme a capital em centro econômico, garantindo emprego de qualidade e renda, aproveitando as oportunidades da nova economia do conhecimento, as atrações das características políticas e urbanistas. Investir na consolidação da nossa vocação para o turismo, especialmente de eventos. Iniciativas que criem mais empregos e de boa qualidade.
O governo não deve esperar o fim da crise para definir o projeto cultural, criando festivais, programas como temporadas populares, apoio ao desenvolvimento do cinema.
Ao mesmo tempo em que enfrenta a crise atual, o governo precisa apontar opção de envolvimento social, para que futuros governos não possam praticar a irresponsabilidade que caracterizou o anterior. Definir formas que permitam o controle social na elaboração e execução do orçamento, participação da sociedade nas negociações entre governo e sindicatos, evitando aprisionar outra vez o DF na maldita aliança que une a voracidade do corporativismo ao oportunismo eleitoreiro, sindicalistas pensando no próximo contracheque, e candidatos, na próxima eleição. Mesmo que, no fim do ano, os servidores não consigam receber os salários e o governo não saiba como administrar o mandato seguinte.
Os acordos internacionais não podem ser paralisados, sob o risco de fazer com que a cidade comprometa seu futuro, por desconfiança dos parceiros estrangeiros. Nós não podemos deixar Brasília parar.
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