2 de fevereiro de 2015

Uso excessivo de tablets pode prejudicar o desenvolvimento emocional de crianças, diz estudo

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// GLOBO - 2/2/2015

RIO — Como parte de um verdadeiro fenômeno moderno, crianças estão fazendo um uso cada vez mais precoce de tablets e dispositivos móveis, muitas vezes incentivados pelos pais como forma de manter os filhos distraídos. No entanto, de acordo com um estudo desenvolvido por psicólogos infantis da Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos EUA, quando usados em excesso pelos pequenos, esses aparelhos tendem a prejudicar o seu desenvolvimento emocional e o seu comportamento.


Publicado no periódico "Pediatrics", o levantamento mostra que os jovens que fazem uso pesado desses dispositivos demonstram sinais de incapacidade de controlar as suas emoções, disfarçando-as com atividades ligadas aos aparelhos, como o uso de aplicativos.
— Já foi mostrado por estudos que o aumento de uso da TV diminui o desenvolvimento da linguagem e das habilidades sociais de crianças. O uso de dispositivos móveis atua de modo similar, substituindo o tempo passado desenvolvendo interações diretas entre humanos — afirmou Jenny Radesky, instrutor do setor de pediatria comportamental da Universidade de Boston e um dos autores do estudo ao jornal "Daily Telegraph".
O especialista questiona ainda se, caso esses dispositivos eletrônicos se tornem o método predominante para pais acalmarem e distraírem os seus filhos, as crianças conseguirão desenvolver o seu próprio mecanismo para autorregularem os seus comportamentos e emoções.
Ainda de acordo com o estudo, o uso desses aparelhos por menores de 3 anos de idade poderia ainda impactar o desenvolvimento de habilidades nas crianças necessárias ao estudo da matemática e das ciências.
Uma das pesquisadoras do estudo, Jenny Radesky, fez um apelo aos pais que estimulem mais interações humanas com os filhos, sem que dispositivos eletrônicos sejam envolvidos. E, no caso do uso de aplicativos, o levantamento recomenda que eles sejam usados pelas crianças junto com os pais, como uma forma de atividade em conjunto para aumentar o seu valor educacional.
No entanto, para a psicóloga Iroise Dumotheil, a pesquisa da Universidade de Boston não apresentam dados conclusivos.
— Apesar de poder haver um problema (no uso excessivo de tablets por crianças), nós realmente ainda não sabemos porque mais estudos ainda precisam ser feitos — afirmou ela em entrevista ao site "The Independent".

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