15 de setembro de 2015

Uso de tecnologia em sala de aula não melhora desempenho dos alunos, diz OCDE




RIO— Com a evolução tecnológica, escolas ao redor do mundo investiram na aquisição de computadores de ponta, tablets, e outros dispositivos digitais na intenção de potencializar o aprendizado dos alunos em sala de aula. No entanto, um estudo feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 70 países, revelou que o uso de tecnologia na na escola não melhora a aprendizagem dos estudantes e, mais do que isso, o uso frequente de computadores em escolas está mais associado a baixos resultados.
A pesquisa analisou o impacto da tecnologia no desempenho em testes internacionais como o Pisa, além de avaliar as habilidades digitais nesses países. O estudo argumenta que países que investiram pesado em tecnologia não têm registrado melhora perceptível no desempenho dos alunos nos exames de leitura, matemática ou ciências do Pisa.
Para sustentar a hipótese, a pesquisa utiliza o exemplo da Austrália, Nova Zelândia e Suécia, que estão entre os setes países com alto índice de uso da internet na escola e apresentaram “declínios significativos” nas notas de leitura do Pisa. Na Espanha, Noruega e na Dinamarca— que também utilizam amplamente as novas tecnologias— o desempenho dos estudantes estagnou.
Em cenário oposto, encontram-se os sistemas educacionais mais celebrados do mundo: Coreia do Sul, Xangai e Hong Kong, na China, e Japão. Esses países, que possuem baixos níveis de uso de tecnologia nas escolas, estão entre os melhores nos testes que avaliam aprendizagem.
“ Se você olhar para os sistemas educacionais com melhor desempenho, como os do leste da Ásia, perceberá que têm sido muito cautelosos quanto ao uso de tecnologia em sala de aula. Aqueles alunos que usam tablets e computadores com muita frequência tendem a se sair pior nas avaliações que aqueles que usam moderamente”, afirmou o diretor de educação da OCDE, Andreas Schleicher, complementando que a tecnologia gerou “falsas esperanças”.
De acordo com ele, a tecnologia pode ser uma distração e fazer com que alunos construam respostas “pré-fabricadas” nas lições de casa, como resultado do que copiam da internet:
“Não existe um único país no qual a internet é usada prequentemente na escola pela maioria dos estudantes onde o desempenho desses alunos melhorou.”
A empresa de consultoria Gartner estimou que o gasto global anual com tecnologia educacional é de cerca de 17,5 bilhões de libras.

Tecnologia não é suficiente para melhorar desempenho escolar, diz OCDE

15 de setembro de 2015
Países que investiram muito em material eletrônico não registraram uma melhora notável nos resultados de compreensão escrita, matemática e ciências

Fonte: UOL Educação

Brasil é um dos três últimos países no ranking da OCDE para habilidades e leitura digital

15/09/2015 09:43 |  |  @twitter | Reportar erro
 

 

 
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA - sigla em inglês) foi organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para, como o nome diz, avaliar o desempenho e progresso dos estudantes ao redor do mundo. Uma pesquisa realizada em 2012 revelou que, de 31 países, os alunos brasileiros estão em antepenúltimo lugar quando se trata de usar o computador para leitura e outras tarefas relacionadas ao meio digital.
O Brasil está na frente apenas dos Emirados Árabes Unidos e da Colômbia, enquanto a Cingapura, Coreia do Sul e Hong Kong encabeçam, nessa ordem, a lista. Essa tabela, na verdade, faz parte de um estudo minucioso, cujo relatório se chama "Estudantes, Computadores e Aprendizado: Fazendo a Conexão". A ideia central do tema é fazer uma relação entre o contato com tecnologia e seu impacto efetivo no aprendizado dos alunos.
Logo no ranking onde o Brasil ficou tão mal classificado torna-se nítido o rumo que o estudo toma. É visível que, no geral, alunos que se saem melhor em tarefas tradicionais, somente no papel, desempenham melhor também quando levados ao meio digital, mostrando que, "um bom número de habilidades úteis para navegar na internet pode também ser ensinado e adquirido por meio de técnicas de leitura clássicas", como afirma o próprio texto.
A Coreia do Sul, por exemplo, segunda classificada do ranking, tem apenas 42% dos seus alunos usando computador na escola. A Cingapura, primeira colocada, tem bem mais, com 70% dos seus alunos com acesso, mas, ainda assim, o número ainda é menor que a média mundial de 72%. A conclusão de Andreas Schleicher, membro da direção de educação e competências da OCDE, é que "os sistemas escolares devem encontrar soluções mais eficazes para integrar as novas tecnologias no ensino e no aprendizado".



Equipar massivamente os alunos e as salas de aula com dispositivos eletrônicos não basta para melhorar os resultados - é o que diz um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicado nesta terça-feira (15), que ressaltou o fraco desempenho da Espanha.
Os países que investiram muito em material eletrônico não registraram uma melhora notável nos resultados de compreensão escrita, matemática e ciências, destacou a OCDE, que estudou pela primeira vez as competências digitais de alunos de 15 anos, a partir de dados coletados na edição 2012 de sua pesquisa do Programa para a Avaliação Internacional de Alunos (Pisa, na sigla em inglês).
Apesar da onipresença das novas tecnologias em nossa vida cotidiana, elas ainda não foram levadas ao setor da educação, constatou a OCDE. Quando usadas em sala de aula, "sua incidência nos resultados dos alunos é, no melhor dos casos, moderada".
"Não é apenas usando equipamentos eletrônicos de maneira intensiva que obtemos sucesso nos testes digitais", explicou Éric Charbonnier, analista de educação da OCDE. Estes testes concentram-se na compreensão escrita eletrônica e também na "navegação específica", quer dizer, a capacidade de encontrar respostas para perguntas ativando uma série de enlaces pertinentes na internet.
Os resultados dos alunos espanhóis ficaram abaixo da média dos países desenvolvidos, embora sejam "consagrados mais de 30 minutos diários ao ensino digital", ressaltou Charbonnier.
Em troca, os alunos franceses se deram melhor com o computador (entre 10º e 14º lugar) do que com o papel (12º a 16º), sobretudo as crianças, "embora o digital não faça mais parte da aprendizagem".
Os melhores em matéria de compreensão escrita eletrônica são os alunos de Singapura, Xangai, Coreia do Sul, Japão, Canadá e Hong Kong. Como não dedicam mais tempo à internet na escola do que os demais estudantes da OCDE, o estudo deduz que "inúmeras competências essenciais para a navegação na internet também podem ser ensinadas mediante pedagogias e instrumentos analógicos tradicionais".
"Para reduzir as disparidades na capacidade de tirar proveito dos dispositivos tecnológicos, os países devem melhorar antes de tudo a equidade de seus sistemas educacinaiso", avaliou a OCDE.
Os alunos que melhor lidam com a "navegação específica" (buscas) são os de Singapura, à frente dos australianos, sul-coreanos, canadenses e norte-americanos. Xangai, conhecida por seus brilhantes resultados escolares, ficou abaixo da média da OCDE.
"Não é a quantidade de uso" da tecnologia, "o que conta é a qualidade", avaliou Francesco Avvisati, analista da OCDE. O exemplo australiano mostra que o computador agrega algo à escola quando os professores recebem formação ou têm experiência.
Ao contrário, "os países que deram prioridade ao equipamento têm uma tendência mais negativa", como é o caso da Polônia. Para que as novas tecnologias sejam eficazes, "é necessário partir dos usos", "responder a finalidades pedagógicas", segundo Avvisati.
As competências digitais de docentes e alunos provavelmente foram superestimadas, destacou no relatório Andreas Schleicher, diretor de educação e competências na OCDE. "Quantas crianças escolheriam jogar videogame se eles tivessem a mesma (e má) qualidade dos programas informáticos usados em sala de aula?", questionou.



Ranking de habilidades digitais coloca alunos brasileiros entre os últimos
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Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil

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Os alunos brasileiros estão nas últimas posições em um ranking de 31 países que avaliou a habilidade de navegar em sites e compreender leituras na internet elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O relatório Estudantes, Computadores e Aprendizado: Fazendo a Conexão, realizado no âmbito do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) da OCDE de 2012, resultou do primeiro estudo da organização que analisa as competências de alunos na área digital.
O Brasil ficou na antepenúltima posição no ranking, à frente apenas dos Emirados Árabes e da Colômbia.
Os melhores resultados foram obtidos pelos alunos de Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong, Japão, Canadá e Xangai.

Computador na escola

Os resultados desses países (ou cidades) refletem os que foram obtidos no Pisa de 2012 para avaliação de leitura em papel, "o que parece indicar que um bom número de habilidades úteis para navegar na internet pode também ser ensinada e adquirida por meio de técnicas de leitura clássicas", diz a OCDE.
O estudo sugere que o acesso e uso de computador importa menos no desenvolvimento da capacidade de navegação e leitura online do que um bom preparo básico. Sugere também que a habilidade para navegar na internet pode ser ensinada e adquirida com a ajuda de pedagogias e ferramentas tradicionais.
Os dois primeiros do ranking, os alunos de Cingapura e da Coreia do Sul, utilizam menos computadores na escola - apenas 70% dos alunos usam computador, no caso de Cingapura, e 42% na Coreia do Sul - do que a média dos países da OCDE - de 72%. Não há esse dado sobre o Brasil no estudo.
Segundo a organização, "o fato de assegurar que cada aluno atinja um nível de competências de base em leitura e matemática contribuirá mais para a igualdade em um mundo digital do que o simples fato de ampliar ou subvencionar o acesso a serviços e aparelhos de alta tecnologia".
"A leitura online solicita as mesmas competências que a leitura em papel. No entanto, é preciso acrescentar uma capacidade suplementar, que não é das menores: a de saber navegar entre páginas de texto e discernir as fontes pertinentes e dignas de confiança entre um número de informações aparentemente infinito", afirma o estudo.

Navegação

Para avaliar as habilidades na internet, os alunos - de 15 anos - tiveram de navegar por textos online através de links, atalhos e comandos de navegação para ter acesso à informação solicitada, além de criar um gráfico a partir de dados ou utilizar calculadoras na tela do computador.
Os pesquisadores analisaram o número de etapas para buscar informações e também a capacidade para navegar de maneira focada na busca por determinados assuntos (clicando corretamente, por exemplo, na sequência de páginas que permitiam realizar a tarefa solicitada).
O documento revela que mesmo os países que investiram consideravelmente nas tecnologias da informação no sistema educacional não tiveram nenhuma melhoria notável dos resultados nas avaliações de compreensão da escrita, matemáticas e ciências do Pisa.
"Os sistemas escolares devem encontrar soluções mais eficazes para integrar as novas tecnologias no ensino e no aprendizado", afirma Andreas Schleicher, da direção de educação e competências da OCDE.

Sin planificación, la computadora en la escuela no ayuda a aprender más

Estudio PISA
Se analizó el uso de los dispositivos en escuelas de 31 países. "Een educación digital se trata de calidad en vez de cantidad", afirman los investigadores.

Calidad y planificación. Esa es la clave para mejorar el rendimiento escolar a partir del uso de las herramientas digitales, como la computadora. Así lo señala el último informe PISA sobre el uso de la computadora en clase. Y concluye que usarla durante mucho tiempo en clase no aporta necesariamente un mejor aprendizaje.
El estudio fue realizado en 31 países y concluye que "en la educación digital se trata de calidad en vez de cantidad", según señala Eric Charbonnier, de la sección educación de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE).
"Las tecnologías digitales sólo hacen más eficiente lo que ya es eficiente", dijo Charbonnier en París.
La clave está en que los alumnos puedan planificar las búsquedas, que puedan distinguir las informaciones importantes de las no importantes y puedan apreciar la credibilidad de las fuentes.
El estudio compara pruebas que realizaron alumnos de 15 años en 2012. Entre los países con mejores resultados se ubican Singapur, Corea del Norte, Hong Kong, Japón y Canadá, mientras que España queda debajo de la media de la OCDE (466 puntos frente a los 497 en promedio). Los resultados son similares a los que arrojan los exámenes tradicionales en papel sobre matemáticas y otras competencias.
Aún por debajo de España se sitúan Chile (452 puntos), Brasil (436) y Colombia (396). México no participó en este estudio.
Aunque los jóvenes españoles navegaban más por Internet dentro y fuera de la escuela que los de otros países, uno de cada 20 alumnos (un 4,6%) no sabía hacerlo en absoluto para encontrar una información que sirviera para resolver un problema. Y los que lo hacían se perdían mucho más a menudo que los de otros países, en promedio.
El informe, titulado "Estudiantes, computadoras y aprendizaje: Haciendo la conexión", subraya que incluso los países que han invertido fuertemente en las tecnologías de la información y la comunicación en los últimos años para la educación no han visto una mejora notable del rendimiento escolar de sus alumnos en los informes PISA sobre lectura, matemáticas o ciencia.
De hecho, el aprendizaje y el tiempo de uso se encuentran en una relación opuesta: cuanto más moderado y planificado sea el uso de la tecnología, mejores son los resultados escolares. Las ventajas que aportan los ordenadores en las escuelas son el acceso como un juego al conocimiento, la formación personalizada y el aprendizaje cooperativo.
Sin embargo, de una escuela a otra este proceso es muy variable. "Los profesores no están preparados, para ellos las nuevas tecnologías aún no forman parte del proceso general de la escuela", señala Charbonnier, que pone como ejemplo de esta situación a Francia.
En promedio, los alumnos estudiados usan la computadora al menos dos horas diarias. Si se supera mucho esta media, por ejemplo se pasan seis horas frente a la pantalla, la OCDE constata que se produce fracaso escolar.
El informe añade que el 96 por ciento de los alumnos participantes tenían computadora en casa y que el 72 por ciento la utilizan en clase.
Francesco Avvisati, analista de datos de la sección de educación de la OCDE, señaló que en todos los casos se constata una tendencia: los alumnos de las clases privilegiadas utilizan las nuevas tecnologías para buscar informaciones, noticias y datos prácticos, mientras que los de clases más bajas las usan sobre todo para el entretenimiento.
(Fuente: DPA)

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