O dado foi revelado pelo Mapa da Violência de 2016.
Estado da Bahia tem seis das 10 cidades mais violentas do país.
Um estudo coordenado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz usou dados do IBGE e do Ministério da Saúde de 2014 para mostrar a evolução da violência em estados e municípios brasileiros. Alagoas, por exemplo, é o estado mais violento para os negros - de cada 13 vítimas de homicídio, 12 são negras. Essa é uma das conclusões do Mapa da Violência 2016 que o Profissão Repórter teve acesso em primeira mão.
Em São Luís, no Maranhão, o repórter Estevan Muniz esteve acompanhando uma equipe do Samu que foi socorrer um rapaz baleado. São Luís passou a ser a capital mais violenta do país, a taxa de homicídio é de 90 para cada 100 mil pessoas. A média nacional é de 29 mortes a cada grupo de 100 mil.
Em Maceió, Caco Barcellos acompanhou o enterro de dois jovens negros. Segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, houve 898 homicídios nos últimos 6 meses na região metropolitana de Maceió. Deste número, apenas duas vítimas eram brancas, as outras 896 eram negras. O secretário de Segurança Pública de Alagoas, Paulo Lima Junior, diz que a Secretaria trabalha para combater o crime, independentemente de cor, classe, sexo ou idade.
Nos últimos seis meses, 42 pessoas foram mortas pela polícia e todas elas eram negras. O estado da Bahia tem seis das 10 cidades mais violentas do Brasil. Segundo o Mapa da Violência, essas cidades têm taxa de homicídio três vezes maior do que a média brasileira.
O repórter Victor Ferreira retratou a realidade em Mata de São João, na Bahia, município que abriga a turística Praia do Forte. A cidade tem a quarta maior taxa de homicídios do Brasil. Segundo o Mapa da Violência, 50 pessoas foram assassinadas em todo o município, que tem 44 mil habitantes.
Lawrence Melo, delegado geral da Polícia Civil do Maranhão, admite que houve uma alta no número de homicídios até 2014, como mostra o Mapa da Violência, mas disse que agora o número de assassinatos está diminuindo porque houve investimento na Segurança Pública, como a equipe da Delegacia Móvel.
Renato Sérgio de Lima, historiador que preside a Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos, aponta que a chegada de facções criminosas vindas do sudeste do país é a principal causa do aumento da violência em São Luís. “No período do começo dos anos 2000 até 2014 experimentou-se uma onda de violência relacionada à expansão do crime organizado com uma nova configuração das facções criminosas que se organizaram, em primeiro lugar, dentro do sistema prisional, e também fez conexão com facções nacionais colocando a cidade em uma situação de disputa de territórios”, afirma.
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