21/11/2016 Editorial, Folha de S.Paulo
Ao revelar o peso do grau de instrução dos pais sobre a escolaridade e a renda futuras dos filhos, a pesquisa "Mobilidade Sócio-Ocupacional", divulgada nesta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que a desigualdade de renda no Brasil começa mesmo no berço.
Segundo o estudo, em 2014 era de R$ 6.739 o rendimento médio do trabalho de pessoas de 25 anos ou mais, com ensino superior completo, cujo pai tinha a mesma escolaridade. Já os brasileiros com diploma universitário e pai sem nenhuma instrução recebiam R$ 2.603.
Por trás da diferença há a combinação de várias causas. Jovens nascidos em famílias de renda mais alta têm maior oportunidade de estabelecer uma rede de contatos para ajudá-los a conseguir boas colocações no mercado de trabalho. Aí estaria parte da explicação.
Estudos recentes indicam também que os acontecimentos nos primeiros anos de vida de uma criança exercem influência significativa sobre seu desempenho no futuro. Pais mais escolarizados tendem a interagir mais com seus filhos desde o nascimento, leem para eles, têm mais livros em casa e podem pagar creches de qualidade.
Em consequência, desde os primeiros meses de vida se registra uma divergência de aprendizagem entre bebês nascidos em famílias de renda alta e baixa.
Esse hiato cognitivo -medido por indicadores como o desenvolvimento motor e o número de palavras que a criança fala- atinge a distância mais significativa por volta dos seis anos. A partir daí, permanece estável até a juventude.
Há que se tomar em conta, ao considerar essas conclusões, que só 16% dos brasileiros de 25 a 34 anos possuem diploma de ensino superior. Mas há pelo menos dois motivos para otimismo moderado.
Um deles é que a escolaridade média da população do país tem aumentado nas últimas décadas. Isso ajuda a explicar por que, segundo a mesma pesquisa do IBGE, cerca da metade dos brasileiros com 16 anos ou mais, em 2014, tinham condição socioeconômica melhor que a dos pais.
Outro fato auspicioso: há mecanismos, como boas creches e programas de visitação que instruam as famílias a estimular seus bebês, que conseguem reduzir o impacto negativo da baixa escolaridade do pai sobre o futuro das crianças.
O governo Michel Temer (PMDB) prometeu avançar nessa matéria ao lançar, no mês passado, o programa Criança Feliz. É crucial que a intenção se traduza em metas concretas para serem acompanhadas e cobradas pelo público.
Segundo o estudo, em 2014 era de R$ 6.739 o rendimento médio do trabalho de pessoas de 25 anos ou mais, com ensino superior completo, cujo pai tinha a mesma escolaridade. Já os brasileiros com diploma universitário e pai sem nenhuma instrução recebiam R$ 2.603.
Por trás da diferença há a combinação de várias causas. Jovens nascidos em famílias de renda mais alta têm maior oportunidade de estabelecer uma rede de contatos para ajudá-los a conseguir boas colocações no mercado de trabalho. Aí estaria parte da explicação.
Estudos recentes indicam também que os acontecimentos nos primeiros anos de vida de uma criança exercem influência significativa sobre seu desempenho no futuro. Pais mais escolarizados tendem a interagir mais com seus filhos desde o nascimento, leem para eles, têm mais livros em casa e podem pagar creches de qualidade.
Em consequência, desde os primeiros meses de vida se registra uma divergência de aprendizagem entre bebês nascidos em famílias de renda alta e baixa.
Esse hiato cognitivo -medido por indicadores como o desenvolvimento motor e o número de palavras que a criança fala- atinge a distância mais significativa por volta dos seis anos. A partir daí, permanece estável até a juventude.
Há que se tomar em conta, ao considerar essas conclusões, que só 16% dos brasileiros de 25 a 34 anos possuem diploma de ensino superior. Mas há pelo menos dois motivos para otimismo moderado.
Um deles é que a escolaridade média da população do país tem aumentado nas últimas décadas. Isso ajuda a explicar por que, segundo a mesma pesquisa do IBGE, cerca da metade dos brasileiros com 16 anos ou mais, em 2014, tinham condição socioeconômica melhor que a dos pais.
Outro fato auspicioso: há mecanismos, como boas creches e programas de visitação que instruam as famílias a estimular seus bebês, que conseguem reduzir o impacto negativo da baixa escolaridade do pai sobre o futuro das crianças.
O governo Michel Temer (PMDB) prometeu avançar nessa matéria ao lançar, no mês passado, o programa Criança Feliz. É crucial que a intenção se traduza em metas concretas para serem acompanhadas e cobradas pelo público.
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