24 de novembro de 2017

De 1 a 5, mais da metade dos cursos superiores brasileiros é nota 3


BRASÍLIA — Dos cursos superiores avaliados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2016, 50,5% obtiveram nota 3 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), numa escala que vai de 1 a 5. No caso das instituições de ensino superior, 66,7% também tiveram nota 3 no Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição(IGC). A nota 3 significa que o curso ou instituição está na média da área. Segundo o Inep, órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), não é possível dizer se a nota é boa ou não. O desempenho costuma ser melhor nas universidades públicas.
— É difícil avaliar se é bom ou ruim. Está na média daquela área avaliada. Nossos indicadores sempre levam em condição a média. É uma medida relativa, comparada — disse Renato Augusto dos Santos, coordenador-geral de Controle de Qualidade da Educação Superior do Inep.
Entre os cursos, 81, ou 1,9% do total, tiveram a nota máxima. Conseguiram o conceito 4 1.690 cursos (40,3%). A nota 3 foi obtida por 2.117 cursos (50,5%). Outros 293 (7%) e 15 (0,4%) alcançaram respectivamente notas 2 e 1. Os conceitos são calculados a partir de vários fatores, como avaliação dos estudantes, quantidade de professores com mestrado e doutorado, regime de trabalho integral ou parcial dos docentes, e questionamentos feitos aos alunos sobre a infraestrutura e outros aspectos dos cursos que frequentam.
— A gente diz que 7,4% estão em faixas abaixo da média. Agora quais medidas serão tomadas, a Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior) vai avaliar — afirmou Renato.
As avaliações são trienais. Os cursos analisados em 2016 — predominantemente na área da saúde, ciências agrárias e produção de alimentos — tinham sido avaliados pela última vez em 2013. Em 2015, o CPC se centrou em ciências humanas. Em 2014, em licenciaturas e ciências exatas. No caso das instituições, o conceito é obtido fazendo uma média dos últimos três anos, dando maior peso aos cursos com mais alunos. Só recebem nota no IGC instituições que possuam ao menos um curso avaliado no CPC durante o triênio, e desde que haja estudantes concluindo esse curso.
Quando considerados apenas os cursos superiores públicos, 54,2% tiveram nota 4 e 38,8% nota 3. É quase uma inversão do verificado nos cursos privados: 54,2% com nota 3 e 35,8% com nota 4. Os cursos particulares, no entanto, estão em vantagem em relação à nota 5: 2,3%, conta 0,9% dos públicos. Os cursos públicos têm mais doutores, enquanto nos privados há maior prevalência de mestres.
No recorte por cursos presenciais e à distância, os primeiros levam vantagem sobre os últimos. Entre os presenciais, 50,2% tiveram nota 3 e 40,4% nota 4. Na educação à distância, em que foram avaliados apenas 51 cursos em 2016, mas com mais de 20 mil estudantes, os índices são respectivamente 68,6% e 27,5%.
Entre as instituições de ensino, o IGC é calculado a partir do CPC dos cursos oferecidos. Ao todo, 31 instituições (1,5%) tiveram nota 5, 368 (17,4%) nota 4, 1415 (66,7%) nota 3, 298 (14%) nota 2, e nove nota 1 (0,4%). Entre as instituições públicas, a nota 3 predomina (53,8%), mas há maior proporção de nota 4 e 5 do que nas privadas.
As faculdades, que em geral são instituições com menos cursos e atuando em áreas mais isoladas, costumam ter notas mais baixas que as universidades, instituições maiores e que têm a obrigação de desenvolver atividades de pesquisa e extensão, além do ensino em si.
Os dados detalhados por curso e instituição serão divulgados apenas na segunda-feira, quando serão publicados no Diário Oficial da União.

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