Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Alunos na escola E.I.E.F. Elpidio Ribeiro da Silva, em Sobral (CE), que tem noda 9 no Ideb |
Há dez anos, vi o bibliófilo José Ephim Mindlin bastante abatido, pois perdera havia pouco sua mulher, Gita, mas uma força o levara às escadarias do Museu do Ipiranga: o lançamento de um grande movimento da sociedade civil para transformar a frágil aprendizagem das crianças e jovens do país. Em 6 de setembro de 2006, foi lançado o Todos pela Educação, com metas para garantir que todos estivessem na escola, com aprendizagem adequada à sua série.
Os resultados da Prova Brasil e do Pisa mostravam um quadro triste. Entre os resultados da Prova Brasil de 2005, chamou-me a atenção que 65% dos alunos do 9º ano não sabiam porcentagem.
No Pisa, o Brasil estava pior que outros países de mesmo estágio de desenvolvimento e as deficiências não eram só da escola pública, os 25% mais ricos do país tinham desempenho pior que os mais pobres da OCDE. Não foi difícil reunir um grupo grande de pessoas em torno de uma ideia: podemos ter uma educação em que os alunos aprendam.
Uma das propostas do Todos foi a de termos, até 2022, no bicentenário da independência do Brasil, resultados de aprendizagem equivalentes aos da média da OCDE. Para tanto, a estratégia construída junto com o governo foi a de divulgar, a cada dois anos, perto do período eleitoral, um indicador, o Ideb, que mostrasse a aprendizagem dos alunos e em que medida eles continuavam na escola e avançavam para as séries seguintes.
Com isso, dar-se-ia mais visibilidade a algo que escapa, muitas vezes, da percepção do cidadão comum. Sabe-se se prédios escolares foram construídos ou se estão em estado ruim, se a merenda ou livros são entregues, mas, afinal, as crianças estão aprendendo? Se não estão, o que exatamente não está adequado?
Dentre as promessas de campanha, a educação certamente aparece, mas será que como algo que vai além da infraestrutura e realmente impacte a competência de leitura e interpretação de textos dos alunos e o raciocínio matemático tão importante para atos simples da vida, como comprar a crédito, analisar discursos de políticos ou ter acesso qualificado ao mundo do trabalho quando tantas funções estão sendo automatizadas?
Na segunda semana de setembro, o Inep deve divulgar o Ideb de 2015. Vamos descobrir o quanto cada cidade avançou em educação. É o momento para avaliar a atuação de prefeitos que almejam a reeleição ou querem indicar quem os suceda. Então, senhores candidatos, haverá competência de gestão para assegurar que avanços existentes se mantenham ou quadros ruins se revertam? O que será feito para que as crianças aprendam? O ano de 2022 vai chegar logo e algo urgente deve ser feito. Com a palavra, os candidatos!
Os resultados da Prova Brasil e do Pisa mostravam um quadro triste. Entre os resultados da Prova Brasil de 2005, chamou-me a atenção que 65% dos alunos do 9º ano não sabiam porcentagem.
No Pisa, o Brasil estava pior que outros países de mesmo estágio de desenvolvimento e as deficiências não eram só da escola pública, os 25% mais ricos do país tinham desempenho pior que os mais pobres da OCDE. Não foi difícil reunir um grupo grande de pessoas em torno de uma ideia: podemos ter uma educação em que os alunos aprendam.
Uma das propostas do Todos foi a de termos, até 2022, no bicentenário da independência do Brasil, resultados de aprendizagem equivalentes aos da média da OCDE. Para tanto, a estratégia construída junto com o governo foi a de divulgar, a cada dois anos, perto do período eleitoral, um indicador, o Ideb, que mostrasse a aprendizagem dos alunos e em que medida eles continuavam na escola e avançavam para as séries seguintes.
Com isso, dar-se-ia mais visibilidade a algo que escapa, muitas vezes, da percepção do cidadão comum. Sabe-se se prédios escolares foram construídos ou se estão em estado ruim, se a merenda ou livros são entregues, mas, afinal, as crianças estão aprendendo? Se não estão, o que exatamente não está adequado?
Dentre as promessas de campanha, a educação certamente aparece, mas será que como algo que vai além da infraestrutura e realmente impacte a competência de leitura e interpretação de textos dos alunos e o raciocínio matemático tão importante para atos simples da vida, como comprar a crédito, analisar discursos de políticos ou ter acesso qualificado ao mundo do trabalho quando tantas funções estão sendo automatizadas?
Na segunda semana de setembro, o Inep deve divulgar o Ideb de 2015. Vamos descobrir o quanto cada cidade avançou em educação. É o momento para avaliar a atuação de prefeitos que almejam a reeleição ou querem indicar quem os suceda. Então, senhores candidatos, haverá competência de gestão para assegurar que avanços existentes se mantenham ou quadros ruins se revertam? O que será feito para que as crianças aprendam? O ano de 2022 vai chegar logo e algo urgente deve ser feito. Com a palavra, os candidatos!
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