Muhammad Hamed - 11.mar.2015/Reuters | ||
Meninas sírias assistem a aula em escola do Unicef no campo de refugiados Al Zaatari, na Jordânia |
Continuam sem sucesso, segundo os jornais, as negociações entre os Estados Unidos e a Rússia para um processo de paz na Síria. Infelizmente, enquanto escrevo estas linhas, Aleppo está sendo destruída. Ao mesmo tempo, tropasavançam sobre Mossul, no Iraque, e prometem desalojar o Isis.
Lá perto, a ONU construiu acampamentos para centenas de civis, entre eles crianças, que tentam fugir do fogo cruzado. Nos dois casos, as crianças e jovens acabam sendo privados não apenas de mínimas condições de vida, mas de seu direito à educação.
Um importante esforço foi feito pela Jordânia e pelo Líbano, que diminuíram as horas oferecidas para seus próprios alunos, para, num segundo turno, poder receber crianças sírias. O Egito e a Turquia também receberam um grande número de crianças em suas escolas, com todo o desafio de adaptar currículos e, na Turquia, lidar com a diferença na língua de instrução.
Mas grande parte das crianças e jovens sírios não está na escola. Pior, há, segundo o Acnur (agência da ONU para os refugiados), 3,7 milhões de refugiados em idade escolar no mundo, sem escola para frequentar.
Mantida essa situação, não terão espaço no mercado de trabalho formal, dependerão de caridade ou de falidos sistemas de proteção social, não se integrarão às sociedades que os abrigam e nem sequer na sua própria quando e se retornarem.
Cada vez que assisto aos noticiários sobre conflitos no Iêmen, na Somália, no Sudão, vêm à mente multidões se deslocando em busca de espaços seguros e penso no tempo que será necessário para reconstruir países cuja geração mais jovem não teve acesso a escolas ou a professores certificados.
Hoje, só 50% das crianças refugiadas têm acesso à educação primária e 22% à secundária. Os que ficam em seus países tampouco conseguem estudar, dado o cotidiano de ataques e deslocamentos forçados.
Guardadas as proporções, algo semelhante ocorre com crianças e adolescentes que estão em favelas controladas pelo tráfico ou por milícias no Brasil. É nessas áreas que há um maior número de crianças fora da escola, maior evasão escolar e significativos déficits de aprendizagem. Ensinar e aprender nessas áreas é extremamente difícil.
Daí porque é importante priorizar essas escolas e apoiar seus professores, numa verdadeira ação afirmativa, e considerar esses territórios espaços de atuação integrada de diferentes políticas públicas, como saúde, educação e assistência social. Sem isso, uma geração de brasileiros não terá seu direito de aprender respeitado. Aliás, como ocorre com as crianças e os jovens refugiados.
Lá perto, a ONU construiu acampamentos para centenas de civis, entre eles crianças, que tentam fugir do fogo cruzado. Nos dois casos, as crianças e jovens acabam sendo privados não apenas de mínimas condições de vida, mas de seu direito à educação.
Um importante esforço foi feito pela Jordânia e pelo Líbano, que diminuíram as horas oferecidas para seus próprios alunos, para, num segundo turno, poder receber crianças sírias. O Egito e a Turquia também receberam um grande número de crianças em suas escolas, com todo o desafio de adaptar currículos e, na Turquia, lidar com a diferença na língua de instrução.
Mas grande parte das crianças e jovens sírios não está na escola. Pior, há, segundo o Acnur (agência da ONU para os refugiados), 3,7 milhões de refugiados em idade escolar no mundo, sem escola para frequentar.
Mantida essa situação, não terão espaço no mercado de trabalho formal, dependerão de caridade ou de falidos sistemas de proteção social, não se integrarão às sociedades que os abrigam e nem sequer na sua própria quando e se retornarem.
Cada vez que assisto aos noticiários sobre conflitos no Iêmen, na Somália, no Sudão, vêm à mente multidões se deslocando em busca de espaços seguros e penso no tempo que será necessário para reconstruir países cuja geração mais jovem não teve acesso a escolas ou a professores certificados.
Hoje, só 50% das crianças refugiadas têm acesso à educação primária e 22% à secundária. Os que ficam em seus países tampouco conseguem estudar, dado o cotidiano de ataques e deslocamentos forçados.
Guardadas as proporções, algo semelhante ocorre com crianças e adolescentes que estão em favelas controladas pelo tráfico ou por milícias no Brasil. É nessas áreas que há um maior número de crianças fora da escola, maior evasão escolar e significativos déficits de aprendizagem. Ensinar e aprender nessas áreas é extremamente difícil.
Daí porque é importante priorizar essas escolas e apoiar seus professores, numa verdadeira ação afirmativa, e considerar esses territórios espaços de atuação integrada de diferentes políticas públicas, como saúde, educação e assistência social. Sem isso, uma geração de brasileiros não terá seu direito de aprender respeitado. Aliás, como ocorre com as crianças e os jovens refugiados.
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