Fracasso na educação exige onda de experimentações
30/01/2017 Folha de S.Paulo
SÃO PAULO - Massacres em presídios neste verão despertaram justa comoção da sociedade, o que ajudou a canalizar energias das autoridades para lidar com o colapso da ordem. Infelizmente, a notícia da catástrofe da educação brasileira no principal teste mundial, do início de dezembro, não suscitou sentido de urgência.
O Pisa, prova da organização multilateral OCDE, avalia a cada triênio o desempenho de jovens de 15 anos de dezenas de países em matemática, leitura e ciências. No exame de 2015, o Brasil estancou na turma do fundão, na melhor hipótese.
Há alguma probabilidade de que tenha conseguido a proeza de piorar. Em matemática, o país perdeu pontos na nota que obtivera em 2012 e consolidou-se na rabeira da lista, 23% abaixo da média.
Os adolescentes brasileiros dão-se pior nas contas e no raciocínio matemático que jovens de países mais pobres, como Indonésia, Peru e Colômbia. Quarenta e quatro em cada cem dos nossos alunos são considerados semianalfabetos nas três disciplinas avaliadas. O índice do Chile é metade disso; o de Portugal, 1/4.
O Brasil é um desafio para os softwares estatísticos, um ponto fora da curva. Considerados sua renda per capita ou mesmo o seu Índice de Desenvolvimento Humano, seria de esperar um desempenho cerca de 10% acima do verificado em matemática, algo próximo da marca chilena.
A geração que fez a prova em 2015 acompanhou um surto de expansão do gasto público com ensino básico. O Brasil tornou-se uma das nações que mais despendem recursos governamentais na educação, como fração seja da economia nacional, seja dos orçamentos estatais.
Algo está muito errado com o ensino. É hora de submeter a experimentações controladas os grandes sistemas, a começar do maior, a rede estadual paulista. Para isso, será preciso um governador menos curvado aos interesses corporativistas
O Pisa, prova da organização multilateral OCDE, avalia a cada triênio o desempenho de jovens de 15 anos de dezenas de países em matemática, leitura e ciências. No exame de 2015, o Brasil estancou na turma do fundão, na melhor hipótese.
Há alguma probabilidade de que tenha conseguido a proeza de piorar. Em matemática, o país perdeu pontos na nota que obtivera em 2012 e consolidou-se na rabeira da lista, 23% abaixo da média.
Os adolescentes brasileiros dão-se pior nas contas e no raciocínio matemático que jovens de países mais pobres, como Indonésia, Peru e Colômbia. Quarenta e quatro em cada cem dos nossos alunos são considerados semianalfabetos nas três disciplinas avaliadas. O índice do Chile é metade disso; o de Portugal, 1/4.
O Brasil é um desafio para os softwares estatísticos, um ponto fora da curva. Considerados sua renda per capita ou mesmo o seu Índice de Desenvolvimento Humano, seria de esperar um desempenho cerca de 10% acima do verificado em matemática, algo próximo da marca chilena.
A geração que fez a prova em 2015 acompanhou um surto de expansão do gasto público com ensino básico. O Brasil tornou-se uma das nações que mais despendem recursos governamentais na educação, como fração seja da economia nacional, seja dos orçamentos estatais.
Algo está muito errado com o ensino. É hora de submeter a experimentações controladas os grandes sistemas, a começar do maior, a rede estadual paulista. Para isso, será preciso um governador menos curvado aos interesses corporativistas
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