17 de abril de 2017

Jovens fora da escola

Editorial: 

15 de abril de 2017
"Dados recentemente divulgados pelo Movimento Todos Pela Educação mostram que os estados mais populosos são os que têm maior contingente de pessoas longe das carteiras escolares", afirma jornal

Fonte: Correio Braziliense (DF)



É assustador o número de crianças e jovens, a maioria adolescentes, fora da Escola. A sociedade tem de cobrar das autoridades uma política mais efetiva de inclusão Escolar. Apesar de avanços na universalização do Ensino, 2,5 milhões não frequentam as salas de aula, seja por falta de acesso, seja por evasão. Os responsáveis pela Educação no país devem encarar o problema com determinação e empregar os meios disponíveis para reverter o quadro desolador.

Dados recentemente divulgados pelo Movimento Todos Pela Educação (TPE) mostram que os estados mais populosos são os que têm maior contingente de pessoas longe das carteiras Escolares. São Paulo lidera o ranking, com 338.519 jovens sem aula, seguido por Minas Gerais, com 226.981, e Bahia, com 211.379. Pelo levantamento, nenhum ente federativo conseguiu avançar como deveria na universalização do Ensino. Especialistas afirmam que, se antes a falta de vagas impactava a Educação, hoje a falta de qualidade é fator determinante.

Dirigentes do Movimento Todos Pela Educação — organização composta por variados setores da sociedade com o objetivo de assegurar o direito à Educação básica — ressaltam que o país está longe das metas estabelecidas para proporcionar Ensino básico a todos os cidadãos até 2022, ano em que se comemora o bicentenário da Independência do Brasil. De acordo com o gerente-geral do TPE, Olavo Nogueira Filho, nenhum estado conseguiu resultados relevantes no cumprimento das metas estabelecidas.

Duas questões afligem os que se dedicam a levar a Educação básica a todos os brasileiros. A primeira diz respeito à universalização. É preciso ter cautela com a forte percepção de que o país já cumpriu uma etapa do desafio. Na avaliação do integrante da TEP, houve avanços importantes, mas são insuficientes.

O outro ponto que preocupa são os progressos nas etapas propostas. Pelas informações colhidas, se há 20 anos o acesso à Escola se relacionava à falta de vagas, atualmente diz respeito à qualidade ruim da oferta. Outras questões se somam a essa. Entre elas, a falta de interesse pelo modelo educacional em vigor e a atração pelo mercado de trabalho.
Mapeado o problema, as autoridades e a sociedade civil não podem perder mais tempo. Precisam pôr mãos à obra. Só assim, nas comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil, a Educação fará parte da festa.

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