7 de março de 2013

Mortes Matadas por Armas de Fogo: DF entre os 10 no ranking de assassinatos



Oswaldo Reis/Esp. CB/D.A Press - 22/11/10

Armas apreendidas no DF: a cada mês, são registrados 54 homicídios nas regiões administrativas

Estudo mostra que o Distrito Federal está em 9º lugar no país no total de crimes cometidos por armas de fogo. No Brasil, diariamente, são 108 mortes dessa natureza


» RENATA MARIZ, Correio Brasiliense, 7/3/2013
Revólveres, pistolas, metralhadoras e fuzis tiram, diariamente, 108 vidas no Brasil. Entre as unidades da Federação, o Distrito Federal ocupa o 9º lugar, com uma média mensal de 54 homicídios por arma de fogo. Isso representa, em número de vítimas, a cada 30 dias na capital do país, duas chacinas de Newtown, em Connecticut (EUA), onde um atirador deixou 26 mortos. Ou quatro massacres de Realengo, no Rio de Janeiro, com saldo de 12 assassinatos. Sessenta por cento dos vitimados por morte violenta no país têm entre 15 e 29 anos. Em três décadas - de 1980 a 2010 -, quase 800 mil pessoas tiveram a vida ceifada por algum armamento letal.
Os dados fazem parte do Mapa da Violência 2013 - Mortes matadas por armas de fogo, estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latinoamericanos (Cebela) e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil). Segundo a pesquisa, a taxa de homicídios por arma de fogo no país aumentou 178% em três décadas, passando de 7,3 mortes por 100 mil habitantes, em 1980, para 20,4, em 2010. Considerando apenas os jovens de 15 a 29 anos, esse crescimento é ainda mais avassalador. O índice subiu de 9,1 para 42,5 óbitos por 100 mil habitantes no mesmo período.
Ficou constatado, no estudo, que de 2004 a 2007, morreram praticamente o mesmo número de pessoas no Brasil que as contabilizadas nos 12 conflitos armados ocorridos no mundo no mesmo período, incluindo a guerra no Iraque, no Afeganistão, na Caxemira e em Israel. Enquanto nos 12 locais foram assassinados 169,5 mil, aqui o número chegou a 147,3 mil. "É absolutamente inaceitável termos taxas tão elevadas de violência, em um país sem guerra, sem conflito étnico ou religioso", comenta o cientista social Julio Jacobo, pesquisador do Cebela e da Flacso.
Comparação
Ele ressalta que o Brasil tem as piores taxas do mundo mesmo quando comparado com países tão ou mais populosos. "Matamos quatro vezes mais que a China, que tem oito vezes a nossa população; 10 vezes mais que a Índia; três vezes mais que os Estados Unidos", ressalta. Para Jorge Werthein, presidente do Cebela, os índices são fruto de uma cultura da violência instalada no país, além da ausência do Estado e da impunidade. "Não sabemos resolver conflitos de forma pacífica. Esse aprendizado tem que partir da própria sociedade, nas escolas, na família. A presença do Estado, que inibe a solução violenta dos problemas, também é outro fator. Sem contar na falta de punição para quem comete crimes", diz Werthein.
Jacobo aponta a política de desarmamento, iniciada pelo governo federal em 2004, como limitada. "É eficiente, mas não suficiente. Uma estratégia como essa deve ser contínua, permanente, e não fragmentada ou esporádica como se vê atualmente. Da mesma forma, as políticas de segurança pública têm ocorrido com alianças estaduais. Vai-se a cada Estado, fecha-se convênios. Só que, enquanto isso, a violência virou patrimônio nacional, está em todo lugar, nas grandes e médias cidades", aponta.
O pesquisador destaca ainda que o Mapa da Violência não traz respostas para o problema da segurança pública no país, mas revela um diagnóstico alarmante. "As políticas podem ter estancado os índices crescentes de violência desde meados da década de 2000 para cá, mas eles não diminuem. Isso é o que precisamos mudar", afirma Jacobo. A Secretaria de Segurança Pública do DF foi procurada para comentar os dados, mas não retornou até o fechamento desta edição.



Distrito Federal está entre os 10 primeiros no ranking de assassinatos
Estudo mostra que o Distrito Federal está em 9º lugar no país no total de crimes cometidos por armas de fogo. No Brasil, diariamente, são 108 mortes dessa natureza

Publicação: 07/03/2013 06:09 Atualização:
Armas apreendidas no DF: a cada mês, são registrados 54 homicídios nas regiões administrativas (Oswaldo Reis/Esp. CB/D.A Press - 22/11/10)
Armas apreendidas no DF: a cada mês, são registrados 54 homicídios nas regiões administrativas


Revólveres, pistolas, metralhadoras e fuzis tiram, diariamente, 108 vidas no Brasil. Entre as unidades da Federação, o Distrito Federal ocupa o 9º lugar, com uma média mensal de 54 homicídios por arma de fogo. Isso representa, em número de vítimas, a cada 30 dias na capital do país, duas chacinas de Newtown, em Connecticut (EUA), onde um atirador deixou 26 mortos. Ou quatro massacres de Realengo, no Rio de Janeiro, com saldo de 12 assassinatos. Sessenta por cento dos vitimados por morte violenta no país têm entre 15 e 29 anos. Em três décadas — de 1980 a 2010 —, quase 800 mil pessoas tiveram a vida ceifada por algum armamento letal.



Os dados fazem parte do Mapa da Violência 2013 — Mortes matadas por armas de fogo, estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latinoamericanos (Cebela) e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil). Segundo a pesquisa, a taxa de homicídios por arma de fogo no país aumentou 178% em três décadas, passando de 7,3 mortes por 100 mil habitantes, em 1980, para 20,4, em 2010. Considerando apenas os jovens de 15 a 29 anos, esse crescimento é ainda mais avassalador. O índice subiu de 9,1 para 42,5 óbitos por 100 mil habitantes no mesmo período.

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