7 de março de 2013

Mortes Matadas por Armas de Fogo: 67,1% das vítimas são jovens


A Noticia, Santa Catarina, 7/3/2013


De cada três mortos por arma de fogo, dois estão na faixa dos 15 a 29 anos. É o que mostra o Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo . O estudo, divulgado ontem, diz que os jovens representam 67,1% dos mortos por arma de fogo.As informações se referem ao período de 1980 a 2010 e revelam que, em 30 anos, um total de 799.226 pessoas morreram vítimas de armas de fogo. Desses, 450.255 mil eram jovens entre 15 e 29 anos de idade. A pesquisa, feita pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, analisou as mortes por armas de fogo decorrentes de agressão intencional de terceiros (homicídios), autoprovocadas intencionalmente (suicídios) ou de intencionalidade desconhecida, cuja característica comum foi a morte causada por arma de fogo.
Segundo a pesquisa, a análise dos dados de morte de jovens no ano de 2010, mostra que as armas de fogo são a principal causa de morte no próprio segmento. Neste ano, foram registradas 75.553 mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade, sendo que um terço (22.694) foi decorrente do uso de arma de fogo.
Temos uma epidemia de violência em todo o Brasil e sabemos o perfil de quem ela atinge mais: são jovens, negros e, geralmente, de baixa renda, disse o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo. Entre as causas da morte por arma de fogo entre os jovens, Waiselfisz indica o abandono da escola e a baixa inserção no mercado de trabalho. Hoje temos 9 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e que estão vulneráveis a situações de violência , disse.
Índice de impunidade
A impunidade também foi apontada como fator importante, tanto para as mortes de jovens, quanto para a população em geral. O índice de elucidação dos crimes de homicídio é baixíssimo no Brasil. Estima-se, em pesquisas feitas, inclusive a da Associação Brasileira de Criminalística feita em 2011, que (a elucidação) varie entre 5% e 8%. Esse percentual é 65% nos Estados Unidos, no Reino Unido é 90% e na França é 80%, informa o estudo.


Número de mortes por arma de fogo cresceu quase 350% em 30 anos
Rio de Janeiro, 6 mar (EFE).- 
O número de mortes por armas de fogo aumentou 346,5% no Brasil em três décadas ao passar de 8.710 em 1980 para 38.892 em 2010, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Os números são mais preocupantes quando são levadas em conta somente as vítimas de entre 15 e 29 anos, faixa etária na qual o aumento do número de mortos por armas de fogo foi de 414% no mesmo período ao subir de 4.415 casos para 22.694, segundo o estudo coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. Os números levam em conta homicídios, suicídios, acidentes e mortes com armas de fogo nas quais se desconhece a causa. Nas três décadas o número de homicídios com armas de fogo cresceu 502,8%, seguido pelo de suicídios (46,8%), enquanto o de mortes por acidentes caiu 8,8%.
O número de mortos cresceu a um ritmo de 7,3% por ano entre 1990 e 2003, quando chegou ao pico de 39.325, e desde então caiu ligeiramente. "O Estatuto e a Campanha de Desarmamento, iniciados em 2004, parecem ser os fatores de peso para explicar essa grande mudança de tendência", explicaram à Agência Efe os autores do estudo. Segundo os autores, essas políticas, embora tenham freado a tendência de crescimento acelerado da mortalidade, não tiveram efetividade suficiente para reverter o processo. Além do número absoluto de vítimas, também cresceu no mesmo período a taxa de mortalidade por armas de fogo. Enquanto em 1980 no Brasil eram registradas 7,3 mortes por armas de fogo por cada 100 mil habitantes, essa proporção subiu para 20,4 mortes em 2010, o que representa um aumento de 178,6%. Para a população entre 15 e 29 anos, a taxa de mortes por arma de fogo subiu de 12,8 por 100 mil habitantes em 1980 até 44,2 em 2010, um salto de 245,8%.
Com 20,4 mortes por cada 100 mil habitantes, o Brasil é o nono país em número de mortes por arma de fogo entre 100 analisados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o estudo, baseado em estatísticas do Ministério da Saúde, entre 1980 e 2010 morreram no Brasil 799.226 pessoas por armas de fogo, das quais 670.946 foram vítimas de homicídio, 34.052 de suicídio e 14.764 de acidentes. Os homicídios, que representavam 70% das mortes por armas de fogo em 1980, subiram para 94,6% em 2010. "Esses números já são assustadores, mas é ainda mais preocupante saber que 450.255 vítimas de arma de fogo entre 1980 e 2010 foram jovens de entre 15 e 29 anos de idade", afirma o estudo. O texto acrescenta que "30 % do total de mortes de brasileiros de entre 15 e 29 anos em 2010 aconteceu por arma de fogo. Ou seja, uma de cada três mortes juvenis no Brasil é resultado do disparo de uma arma de fogo.
De longe é a maior causa de mortalidade entre os jovens". Segundo os autores, o número de homicídios por arma de fogo no Brasil é o maior do mundo, acima de países mais povoados como China e Índia ou de países que sofrem conflitos armados. No Brasil, morreram 192.804 pessoas por disparos entre 2004 e 2007, enquanto no mesmo período os 12 maiores conflitos do mundo custaram 167.574 vidas, segundo o relatório. Os autores do estudo citam estatísticas segundo as quais no Brasil há 15,2 milhões de armas nas mãos de civis, das quais 8,5 milhões não estão registradas. EFE cm/rsd
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Brasil é país com mais mortes a tiro
O Povo, CE, 7/3/2013
O Brasil é a nação com mais mortes a tiro, dentre os 12 mais populosos do mundo, com 36.792 homicídios por arma de fogo em 2010, contra 17.561 do segundo colocado, o México, também no mesmo ano.No quesito violência por armas de fogo, o País do "homem cordial" bate tanto em termos relativos quanto em números absolutos gigantes populacionais como a China e a Índia. Os dados constam do Mapa da violência 2013, que analisa dados do Ministério da Saúde referentes a 2010.
De acordo com o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa, a média nacional está em 19 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. Mas, diversas unidades da Federação ultrapassam a casa dos 30 óbitos por tiro, como Espirito Santo, Bahia, Paraíba e Pernambuco.
Em Alagoas, a média é quase o dobro da nacional: 55,3. O arsenal de armas de fogo nas mãos da população é estimado no Brasil em 15,3 milhões, sendo 6,8 milhões registradas e 8,5 não registradas. Waiselfisz atribuiu a situação, entre outros fatores, à facilitação de armas e à cultura da violência. (das agências)


70% dos homicídios são cometidos com armas de fogo
Gazeta do Povo, 7/3/2013

O Mapa da Violência 2013 - Mortes Matadas por Armas de Fogo, divulgado ontem, mostra que 36.792 pessoas foram assassinadas a tiros em 2010. O número é superior aos 36.624 assassinatos anotados em 2009 e mantém o país com uma taxa de 20,4 homicídios por 100 mil habitantes, a oitava pior marca entre 100 nações com estatísticas consideradas relativamente confiáveis sobre o assunto. Pelo estudo, 70% dos homicídios no país são cometidos com armas de fogo.
Entre os estados que apresentaram as mais altas taxas de homicídios estão Alagoas com 55,3 e Espírito Santo com 39,4 (veja infográfico abaixo). No Pará, o número de assassinatos aumentou 307,2% entre 2000 e 2010, evolução que chegou ainda a 282,2% no Maranhão. O Paraná e Curitiba aparecem em sétimo lugar no ranking dos estados e capitais mais violentas.
O estudo mostra, no entanto, que o número de mortes por armas de fogo está em declínio em alguns estados. De 2000 a 2010, os assassinatos a tiros no Rio caíram 43,8%. Em São Paulo a queda foi ainda maior, 67,5%, e o estado viu a taxa de homicídios baixar 9,3%. São Paulo, que no início da década passada estava entre os seis mais violentos, aparece desta vez na 24º posição, atrás apenas de Santa Catarina, Roraima e Piauí.
Para Júlio Jacobo Waiselfisz, coordenador do Mapa da Violência 2013, a declarada priorização da segurança pública por governadores e iniciativas do governo federal, como a campanha do desarmamento, não foram suficientes para forçar a queda dos índices de violência na primeira década do século 21.
O estudo confirma ainda a nacionalização dos homicídios. O número de assassinatos a tiros tem aumentado em áreas tradicionalmente hospitaleiras do Norte e do Nordeste e diminuído no Sudeste, a partir de avanços registrados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dos cinco estados mais violentos do país em 2010, três estão na região Nordeste: Alagoas, Bahia e Paraíba.
Para Jacobo, a escalada da violência no Nordeste mostra uma expansão em âmbito nacional da criminalidade. As mortes violentas, que antes de concentravam em grandes centros urbanos como São Paulo e Rio, estão se espalhando pelo país. O movimento acompanharia a desconcentração industrial e os deslocamentos populacionais ligados às atividades econômicas.


Guerra das ruas brasileiras
Diario de Pernambuco, 7/3/2013
De cada três mortos por arma de fogo, dois estão na faixa dos 15 a 29 anos, é o que mostra o Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo. O estudo, divulgado ontem com exclusividade pela Agência Brasil, diz que os jovens representam 67,1% dos mortos por arma de fogo. As informações se referem ao período de 1980 a 2010 e revelam que, em 30 anos, um total de 799.226 pessoas morreram vítimas de armas de fogo. Desses, 450.255 mil eram jovens entre 15 e 29 anos de idade.A pesquisa, feita pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, analisou as mortes por armas de fogo decorrentes de agressão intencional de terceiros (homicídios), autoprovocadas intencionalmente (suicídios) ou de intencionalidade desconhecida, cuja característica comum foi a morte causada por arma de fogo.
De acordo com a pesquisa, a análise dos dados de morte de jovens no ano de 2010, mostra que as armas de fogo são a principal causa de morte no próprio segmento. Neste ano, foram registradas 75.553 mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade, sendo que um terço (22.694) foi decorrente do uso de arma de fogo. "Bem longe da segunda causa: os acidentes de trânsito, que representam 20% da mortalidade juvenil", diz a pesquisa.
"Temos uma epidemia de violência em todo o Brasil e sabemos o perfil de quem ela atinge mais: são jovens, negros e, geralmente, de baixa renda," disse o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo. Entre as causas da morte por arma de fogo entre os jovens, Waiselfisz indica o abandono da escola e a baixa inserção no mercado de trabalho. "Hoje temos 9 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e que estão vulneráveis a situações de violência", disse.
A impunidade também foi apontada como fator importante, tanto para as mortes de jovens, quanto para a população em geral. "O índice de elucidação dos crimes de homicídio é baixíssimo no Brasil. Estima-se, em pesquisas feitas, inclusive a da Associação Brasileira de Criminalística feita em 2011, que a elucidação varie entre 5% e 8%. Esse percentual é 65% nos Estados Unidos, no Reino Unido é 90% e na França é 80%," diz a pesquisa. (ABr)


Mortes por arma de fogo no Brasil aumentaram 346%, em 30 anos
Nesse período, as vítimas passam de 8.710, no ano de 1980, para 38.892, em 2010 Entre os anos de 1980 e 2010, as mortes causadas por armas de fogo aumentaram 346%, segundo o Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo, divulgado com exclusividade pela Agência Brasil. Nesse período, as vítimas passam de 8.710, no ano de 1980, para 38.892, em 2010. No mesmo intervalo de tempo, a população do país cresceu 60,3%.
"O que presenciamos foi um crescimento íngreme dos níveis de violência por arma de fogo, muito maior do que situações de conflito armado como as guerras do Golfo e do Afeganistão," disse à Agência Brasil o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo publicação.
O levantamento, feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, traça um amplo panorama da evolução da violência letal no período. A publicação analisou as mortes por armas de fogo decorrentes de agressão intencional de terceiros (homicídios), autoprovocadas intencionalmente (suicídios) ou de intencionalidade desconhecida cuja característica comum foi a morte causada por uma arma de fogo.
A publicação mostra que o "alto crescimento das mortes por armas de fogo foi puxado, quase exclusivamente, pelos homicídios, que cresceram 502,8%, enquanto os suicídios com armas de fogo cresceram 46,8% e as mortes por acidentes com armas caíram 8,8%."
De acordo com o levantamento, o crescimento da mortalidade por armas de fogo foi maior entre as pessoas com idade entre 15 e 29 anos (414%), se comparado com o conjunto da população (346,5%). "Também os homicídios jovens cresceram de forma mais acelerada: na população como um todo foi 502,8%, mas entre os jovens o aumento foi 591,5%," diz a publicação.
Waiselfisz diz que uma das causas do aumento da violência entre os jovens se deve à exclusão da educação. "São pessoas que encontram pouca inserção: não estudam, não conseguem trabalho e sem perspectiva de futuro". A publicação mostra que, entre 1982 e 2003, o percentual de mortes e jovens por armas de fogo teve crescimento médio de 6,5% ao ano, contra 5,5% do conjunto da população.
Em relação aos estados, a partir da análise dos dados de 2000 a 2010, Alagoas aparece em primeiro lugar no ranking das mortes por armas de fogo com 55,3 mortes a cada 100 mil habitantes. Em seguida vem Espírito Santo com 39,4, Pará (34,6), Bahia (34,4) e Paraíba (32,8). O estado de Pernambuco, que antes ocupava o segundo lugar, aparece agora na sexta posição com 30,3 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. A publicação destaca o Maranhão, atualmente em 20º, mas cujo número de vítimas cresceu 344,6% na década.
O Rio de Janeiro aparece em oitavo lugar no ranking, com 26,4 mortes por arma de fogo a cada 100 mil habitantes e São Paulo caiu 18 posições, saindo da sexta posição para 24ª, uma queda no índice de mortes por arma de fogo de 67,5%. A publicação não traz informações sobre as mortes por armas de fogo ocorridas nos último três anos.
Na opinião de Waiselfisz, os dados mostram o que ele denomina de "desconcentração da violência." "A violência migrou para outros estados do país acompanhando novos polos de desenvolvimento local, a exemplo de Suape, em Pernambuco, e Camaçari, na Bahia, que além de mão de obra também atraem violência," disse.
Waiselfisz credita a diminuição da violência no Rio de Janeiro e em São Paulo aos investimentos em segurança pública. "Houve investimentos maciços nos aparelhos de segurança pública nesses estados. Em contrapartida, houve estados em que os aparelhos de segurança não estavam preparados para dar conta dos novos padrões de violência," explica.
Fonte: Agência Brasil

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