16 de março de 2013

Mec cobra explicações da ONU sobre IDH


 O Globo 
GUERRA DE NÚMEROS
-Brasília e rio - O Ministério da Educação (MEC) divulgou nota ontem afirmando que espera esclarecimentos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) sobre a metodologia e as fontes de informação usadas no cálculo do índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. No relatório, divulgado anteontem, o Brasil permanece na 85 s posição. Para o MEC, "é indispensável a transparência do processo".
A nota informa que o ministro Aloizio Mercadante procurou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), antes da divulgação oficial, em busca de esclarecimentos. Cristovam faz parte de um conselho de 15 especialistas internacionais que colaboram com o Pnud na definição de diretrizes do Relatório de Desenvolvimento Humano. De acordo com o MEC, o senador disse desconhecer as questões metodológicas e sugeriu um contato com a direção-geral do Pnud. Mercadante recusou a oferta.
- Ele (Mercadante) não reclamou, não fez pressão. Apenas ligou porque sabe que sou membro do conselho. E disse que achou errado usarem dados de 2005. Mas, independentemente de ser o número do Pnud ou o que o ministro quer, é uma vergonha A presidenta Dilma e o ministro deveriam ir para a TV pedir a governadores e prefeitos que cuidem das escolas. E anunciar medidas. Em vez disso, ficam dizendo que não é tão ruim assim - disse Cristovam.
Técnicos do Ministério da Educação farão contato com o Pnud. 0 MEC quer realizar uma reunião técnica para tirar dúvidas sobre o cálculo do IDH. Para o ministério, os problemas vão além do uso de dados desatualizados, já que 4,6 milhões de crianças matriculadas em pré-escolas e nas antigas classes de alfabetização teriam sido desconsideradas pelo Pnud.
Unesco informou ontem que, por uma diferença grande entre as estimativas populacionais do Brasil que constam da divisão de população da ONU para os anos recentes (a partir de 2006) e as projeções do próprio país, decidiu não publicar indicadores educacionais brasileiros que usem esses dados em sua base. Esta é a razão, segundo o órgão, para os últimos indicadores com base populacional calculados pela Unesco serem de 2005. (Demétrio Weber e Lucianne Carneiro)

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