7 de março de 2013

Negros assassinados são quase três vezes mais do que brancos


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BRASÍLIA - O número de negros assassinados é quase três vezes maior que o de brancos mortos por armas de fogo, revela o Mapa da Violência 2013, divulgado nesta quarta-feira. Pelo levantamento, em 2010 foram assassinados a tiros 26.049 negros e 10.428 brancos. A discrepância aparece também nos dados proporcionais. As taxas de mortes violentas são de 26,8 para cada 100 mil negros e de 11,5 para cada 100 mil brancos. "Morrem proporcionalmente vítimas de arma de fogo 133% mais negros que brancos", informa o estudo.


Em termos proporcionais, Alagoas é onde se mata mais negros. A taxa de homicídios de negros no estado é de 66,3 por 100 mil. A de brancos é 3,6. Em seguida aparecem, a Paraíba com taxa de 51,2; Espírito Santo (50,5), Pernambuco (42,4), Pará (40,4) e Bahia (39,6). O Rio de Janeiro está em oitavo lugar nesta lista com uma taxa de 33 negros assassinados em cada grupo de 100 mil habitantes. Com uma taxa de 11, São Paulo está na 25º posição.
Paraná e Santa Catarina são os dois únicos estados onde a taxa de assassinatos de negros é menor que a de brancos. No Paraná, a taxa de homicídios de brancos é de 30,6 e a de negros é de 16,2. Em Santa Catarina, a taxa de assassinatos de brancos é de 8,4 contra 8,2 de negros. Para o coordenador da pesquisa, Julio Jacobo Waiselfisz, uma das possíveis explicações para estas diferenças seria de natureza econômica. Em geral, brancos têm melhor situação financeira e podem pagar por proteção.
- Quem pode pagar por estruturas de segurança privada (se protege). Quem não pode tem que se contentar com o mínimo de segurança que o Estado oferece - afirma Jacobo.
Os pesquisadores também dividiram os dados por sexo. Espírito Santo, Alagoas, Paraíba, Paraná e Bahia são os estados no topo da lista do assassinato de mulheres. As taxas de homicídios de mulheres nestes estados varia de 5,6 por 100 mil habitantes (no Espírito Santo) a 3,7 (na Bahia). Para os pesquisadores, por trás desses assassinatos estaria uma suposta tolerância institucional com a violência contra as mulheres.

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