1 de março de 2013

Só 8% do orçamento das universidades federais vai para investimento



Dos R$ 28,7 bilhões destinados às instituições neste ano, 71% serão usados para gastos com pessoal e 20% em custeio

28 de fevereiro de 2013 | 10h 01
Davi Lira, de O Estado de S. Paulo
Apenas 8% dos R$ 28,7 bilhões previstos no orçamento de 2013 das universidades federais serão destinados a investimentos como reformas e compra de equipamentos. A Andifes, entidade que representa os reitores das instituições, diz que o valor (R$ 2,3 bilhões) "não atende às necessidades".
A Federal de Pelotas tem a menor quantia destinada para investimento: menos de 3% do orçamento - Divulgação
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A Federal de Pelotas tem a menor quantia destinada para investimento: menos de 3% do orçamento
Para o secretário executivo da Andifes, Gustavo Balduíno, o próprio valor total do orçamento é "insuficiente". Ele afirma que, para sustentar a expansão de vagas, as 59 federais precisariam de um fluxo anual adicional de R$ 1,5 bilhão em investimentos nos próximos quatro anos.
Algumas das novas instituições - criadas num programa de expansão do governo federal - ainda não têm prédio próprio, laboratórios, salas de aula adequadas e em números suficientes. Por outro lado, 40% dos recursos estão concentrados em 10 universidades.
Com o maior orçamento entre todas as unidades (R$ 2,1 bi), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vai receber, em investimento, metade do que precisaria, afirma o pró-reitor de Planejamento, Carlos Rangel. "Temos mais de 10 mil estudantes neste ano entrando pelo Enem. Precisaríamos de R$ 100 milhões para construirmos mais salas de aula, laboratórios e novos prédios."
A Federal Fluminense (UFF) também critica o orçamento destinado à unidade. “A quantidade de recursos é insuficiente para 2013. Não só no custeio, quanto no capital para investimento e no suporte estudantil”, afirma o reitor, Roberto Salles.
A insuficiência de verbas para obras também é notado pela Federal de Pelotas (UFPel). A instituição tem a menor quantia destinada para essa finalidade: R$ 11,7 milhões - menos de 3% do seu orçamento. "Isso constitui um grande problema, já que aumentamos de 8 mil para 22 mil o número de alunos nos últimos sete anos", diz o reitor, Antônio César Borges.

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