3 de setembro de 2015

Escolas precisam de padrões claros, diz executivo do Instituto Unibanco


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A educação brasileira sofre com todo tipo de gargalo: da formação inadequada de professores, passando pela falta de um currículo nacional, à falta de recursos. A forma de melhorar os resultados de aprendizagem, mesmo dentro dos constrangimentos que o sistema impõe, é por meio de padrões e protocolos da gestão em educação.
Esse foi o principal argumento do superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, em sua palestra na manhã desta quarta-feira (2) no Seminário Internacional Caminhos para a Qualidade da Educação Pública: Gestão Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e pela Folha, em São Paulo.
Henriques, que também é professor de economia e foi secretário de Direitos Humanos no Rio de Janeiro, disse que o Brasil não está conseguindo fazer crescer a aprendizagem.
Em 2013, por exemplo, apenas 54% dos estudantes brasileiros terminaram de cursar o ensino médio com no máximo um ano de atraso. No Chile, foram 87%. No mesmo ano, os dados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) mostraram que a nota do segmento caiu.
O executivo do Instituto Unibanco frisa que a gestão não é a "solução mágica" para todos os problemas da educação do país, mas que era um "componente pouco glamourizado" e "uma variável radicalmente necessária" para o sistema. "A [boa] gestão pode harmonizar o processo e o uso dos recursos disponíveis. Ela permite, face a todas as adversidades estruturais, um padrão mínimo de qualidade."
A principal vantagem, segundo o especialista, é que possibilita criar um método no qual os padrões regulatórios e protocolos de ação possam ser reproduzidos e que, sobretudo, promovam a corresponsabilização dos atores envolvidos no processo educativo.
Sobre a autonomia das escolas, Henriques defendeu que ela deve existir dentro de padrões pedagógicos e administrativos que facilitem o cotidiano da escola. "O mundo da pedagogia é resistente à ideia, pois a padronização inibiria a inovação. Mas, na prática, a autonomia exercida sob o vazio, sem padrões, aumenta a desigualdade. As rotinas devem estar focadas no direito fundamental, que é o direito ao aprendizado, mas o cotidiano das escolas nem sempre está orientado para esse resultado."
Para o economista, o aprendizado "precisa deixar de ser abstrato e passar a ser tangível e concreto", com foco em uma agenda de resultados que possua uma métrica clara, como é o Ideb, por exemplo.
Bruno Santos/Folhapress
Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco
Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco

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