30 de janeiro de 2016

Kludge: A Metaphor for Technology Use in Schools by larrycuban

  1. (electronics engineering) An improvised device, usually crudely constructed. Typically used to test the validity of a principle before doing a finished design.
  2. (general) Any construction or practice, typically inelegant, designed to solve a problem temporarily or expediently.
  3. (computing) An amalgamated mass of totally unrelated parts forming a distressing whole.
Any definition of "kludge" that you pick among the three above--I lean toward the second one but I do like the third as well--fits what has occurred over the past three decades with the introduction of desktop computers into schools followed by laptops, tablets, and hand-held devices with scads of accompanying software. Computing devices and accompanying software have been (and are) adds-on to education; all were initially introduced into U.S. manufacturing and commerce as productivity tools and then applied to schooling (e.g., spreadsheets, management information systems). Software slowly changed to adapt to school and classroom use but the impetus and early years applied business hardware and software to schooling. That birth three decades ago of being an add-on tinged with business application has made it a "kludge."
The initial purposes over thirty years ago for buying and distributing desktops to schools were to solve the nation's economic problems: U.S. students performing at levels lower than students in other countries. Teachers teaching an outmoded curriculum in traditional ways that failed to exploit the wealth of information available to them and their students electronically. Unpreparedness of students entering the job market in an economy that shifted from industrial- to information-based (see the 1983 report, A Nation at Risk). These were problems that higher standards, better teaching, and new technologies could solve. To end those problems, solutions of stiffer graduation requirements (e.g., four years of each academic subject), uniform and tougher curriculum standards (e.g. Common Core), and, yes, lots of electronic devices and software (e.g., computer labs, 1:1 laptops and tablets) were adopted to speed along more efficiently the improvement of U.S. schools to strengthen the economy. The push for more business-flavored high-tech in schools has become the "kludge," that is, "an improvised device, usually crudely constructed" and "typically inelegant" that has become "an amalgamated mass of totally unrelated parts forming a distressing whole."
I say that because the evidence thus far that increased access and use of these technological tools has, indeed, solved any of the problems is distressingly missing. Student academic achievement surely has not risen because of teachers and students using technologies in their lessons. The dream of high-tech advocates that teaching would become more efficient and constructivist (an earlier generation would have said "student-centered" and "progressive") has yet to materialize in the nation's classrooms. And high school graduates displaying technological skills learned in school do not necessarily step into better-paying jobs. Thus, high-tech infusion in schools designed to solve problems "temporarily" or "expediently" has become a "kludge."
Nowadays, the rationale for using tablets and hand-held devices in classrooms has shifted to their potential for engagement (assuming that it leads directly to achievement), the necessity for all students to take tests online, and the mirage of exiting students marching into high-tech jobs. From flipped classrooms to blended learning, to personalized lessons, the hype continues even in the face of sparse evidence. This approach, then, remains a "kludge" that policymakers, entrepreneurs, and vendors continue to push for solving teaching and learning problems.
Fortunately, there are district officials, school principals, and classroom teachers who avoid the "kludge" effect by reframing the problems of teaching and learning as educational not technical (e.g., getting devices and software into the hands of students and teachers) or grounded in economic reasons. The problems are educational (e.g., how will these machines and software be used to help students understand essential concepts and apply necessary skills)---see herehere, and here. They know in their heart-of-hearts that learning is not about the presence of technology, it is about teachers and students interacting with subject-matter and skills and using paper, pencil, tablets, and Google docs to achieve learning goals. Learning is about teachers using these technological aids to get students to say "aha" about what they have learned, to acquire confidence through practice of skills.
But the "kludge" effect--add-ons to solve deep and abiding problems in U.S. schools--continues to dominate policy action. Escaping the origin of technologies imported into schools is very hard to avoid. Technologies in schools remain a band-aid promising solutions to ill-framed problems. Too often it functions as another Rube Goldberg invention to solve the wrong problem.

29 de janeiro de 2016

Antonio Gois: los nem-nem

QUINTA, 28/01/2016, 10:06

É preciso pensar em estratégias para manter jovens na escola

Não houve aumento da geração 'nem-nem' no Rio de Janeiro, mas o fato de não ter ocorrido diminuição é preocupante.

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Pesquisa do Banco Mundial revelou que um em cada cinco jovens entre 15 e 24 anos não estuda e nem trabalha na América Latina. No estado do Rio, cerca de 20% da população nessa faixa etária se enquadra nesse perfil, segundo dados do IBGE.

28 de janeiro de 2016

MARIA ALICE SETUBAL Direito de brincar e de aprender


O debate público sobre o papel e a função da educação infantil no Brasil tem sido marcado por uma falsa dicotomia entre o direito de brincar e o de aprender. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, no campo dos direitos, não há concorrência nem sobreposição, mas complementaridade.
Também é consenso que a educação infantil é uma política poderosa no enfrentamento das desigualdades. Assegurá-la, com qualidade, a todas as crianças é uma das principais metas que o país precisa urgentemente concretizar. A tarefa não é simples e exige um amplo esforço do Estado e de toda a sociedade.
Há uma vasta literatura sobre o impacto da educação infantil de qualidade no desenvolvimento integral das crianças. Trataremos aqui da ampliação do acesso à cultura letrada, essencial para o pleno exercício da cidadania.
Infelizmente, no Brasil a garantia desse direito ainda é um desafio para as políticas públicas, mesmo para aqueles que frequentam a escola, como indica o relatório da ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), divulgado em 2015 pelo Inep.
Segundo o documento, apenas 11% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental estavam no nível 4, o mais alto da escala em leitura. Na escrita, o desempenho também é pífio: somente um em cada 10 alunos alcança o nível 5, no topo da escala.
Frente a esse cenário, há quem prefira insistir no eterno debate sobre a idade ideal para a alfabetização, quando o cerne deveria ser como assegurar as condições de ensino e aprendizagem para que todos acessem o mundo das letras.
Agora, com o debate da Base Nacional Comum Curricular, corremos o risco de desconsiderar a importância da intencionalidade pedagógica na aprendizagem da linguagem oral e escrita na educação infantil, resultado da falsa dicotomia entre o direito de brincar e o de aprender.
Por isso, é preciso concentrar nossos esforços para que o documento do MEC seja aprimorado. As diretrizes nacionais são claras: a educação infantil é parte integrante da educação básica e tem como finalidade desenvolver integralmente a criança, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania.
Isso não significa transformá-la em uma educação preparatória para o ensino fundamental, muito menos em uma educação compensatória, idealizada para superar "supostos deficits" de aprendizagem das crianças das camadas populares.
Tampouco podemos retroceder, voltar a reproduzir experiências da década de 1970 de uma educação para o desenvolvimento de habilidades restritas, como motora e perceptiva. Em pleno século 21, precisamos de reflexão, e não da mera repetição ou memorização de conteúdos.
Cabe ao Estado criar políticas, estratégias e condições que assegurem todos os direitos de crianças e adolescentes, independente da origem social, étnica, do local de moradia ou de seu perfil familiar.
Portanto, precisamos romper com essas polarizações artificiais que atendem a interesses outros que não o das crianças e o de uma educação pública de qualidade com equidade.

MARIA ALICE SETUBAL, a Neca, doutora em psicologia da educação pela PUC-SP, é presidente dos conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária - Cenpec e da Fundação Tide Setubal. Foi assessora de Marina Silva, candidata à Presidência em 2014

25 de janeiro de 2016

IMPROVING THE EFFECTIVENESS OF PUBLIC SPENDING in Brazil

What’s the issue? Brazil has made significant progress in building a reputation for sound fiscal policy since it passed the Fiscal Responsibility Law in 2000. In recent years, however, the fiscal situation has become more difficult as public spending and gross debt have risen (see Figure). Owing to its high interest rates, Brazil currently spends significantly more on debt service than other countries in the region. This fiscal outlook is likely to become still more challenging in the longer run, as Brazil’s population is set to age more rapidly than in most other countries. Brazil’s authorities have recognised these challenges and are showing a strong commitment to adjusting public finances by improving fiscal results in the short term, and by implementing structural measures to enhance the efficiency of the public expenditures needed to achieve medium-term policy objectives. Why is this important for Brazil? Successful adjustment would reinforce the credibility of fiscal policy, even though it is difficult to implement in the current environment of weak growth. Preserving and building on credibility will reduce borrowing costs, attract more domestic and foreign investment, and achieve higher living standards for Brazilians. The current situation provides a unique opportunity to undertake a broad review of public ` Brazil’s fiscal outlook has become more challenging, including in the longer term when population ageing will add fiscal pressure. The authorities are rightly committed to consolidating the public finances. ` The current situation also provides an opportunity to spend public resources better on social benefits, education, health, and industrial support. Spending should focus on the most effective instruments in these areas. ` Public spending could be made more efficient by reducing rigidities in the budgeting process and narrowing the scope of extensive earmarking and mandatory spending floors. The primary surplus has turned into a deficit 25 27 29 31 33 35 37 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Tax revenues Primary expenditures Note: Figures refer to the consolidated public sector. Source: National treasury of Brazil. Tax revenues and primary expenditures, % of GDP Brazil Policy Brief: Public governance www.oecd.org/policy-briefs This paper is published under the responsibility of the Secretary-General of the OECD. The opinions expressed and the arguments employed herein do not necessarily reflect the official views of OECD member countries. spending in Brazil, focusing on what policymakers want to achieve and how these objectives can best be reached. Beyond individual policies, Brazil’s budget process needs to be rethought. It is now characterised by large shares of earmarked revenues and mandatory spending shares for certain policy areas. These rigidities make it difficult to adapt public expenditure to changing realities and priorities. Social expenditures are a key instrument for reducing inequalities and they currently account for over 10% of GDP. Partly as a result of progress made over the years, some of the policy instruments that had a strong impact in the past now no longer reach Brazil’s poorest. This includes old-age pensions and other benefits whose floor is determined by the federal minimum wage, which currently corresponds to the 56th percentile of the income distribution. Going forward, the effectiveness of social benefits would be enhanced if they were rebalanced towards programmes such as the highly successful conditional cash transfer programme Bolsa Familia, which currently costs only around 1% of GDP. Indeed, Brazil could have achieved 63% more in inequality reduction during 2012 and 2013 if the real increases in pension benefits had instead been used for conditional cash transfers to poor households. Education spending currently accounts for almost 6% of GDP, and has been instrumental for the remarkable improvements in skills and opportunities. Education spending would be still more effective, if directed more towards priority areas such as pre-school and basic education. Moreover, some Brazilian states have illustrated how good governance and welldesigned policies can result in rapid educational progress. The state of Ceará, for example, ties the distribution of tax revenues across municipalities to educational outcomes, thus creating a healthy competition between municipalities for improving their schools. Incentive mechanisms, which can also include performance-based pay for teachers and principals, often perform much better than traditional governance mechanisms and can deliver better quality education without raising expenditures. The government should evaluate and harness the lessons from such experiments. Public health expenditures, which amount to almost 5% of GDP, finance an impressive public health system that has led to substantial improvements in health outcomes. Nonetheless, the potential for efficiency gains is substantial in comparison with many other countries. Improving the collection of performance indicators is instrumental in identifying areas where the potential for efficiency gains is the largest and can strengthen the accountability of local governments. Enhancing the role of regional networks and fostering coordination between healthcare providers could bring economies of scale. This would also be a way to avoid duplication of healthcare services and unnecessary hospital stays, which are more expensive than outpatient care. Policies to foster industrial development include support to individual firms engaged in innovation or exports, lending by public banks, and tax benefits to certain sectors or production locations (for example, information technology or the Manaus Free Trade Zone). While some policies have made a difference, applying careful cost-benefit analyses to all of these programmes would identify which has delivered results. Policy analysis also needs to take into account interactions among policies: for example, support for innovation may not be effective when competition is weak, because firms then have weak incentives to innovate. OECD (2015), OECD Economic Surveys: Brazil, OECD Publishing, forthcoming. OECD (2015), Recommendation of the Council on Budgetary Governance. http://www.oecd.org/gov/budgeting/ Recommendation-of-the-Council-on-Budgetary-Governance.pdf OECD (2015), Fiscal Sustainability of Health Systems: Bridging Health and Finance Perspectives, OECD Publishing. http://www. oecd.org/publications/fiscal-sustainability-of-health-systems- 9789264233386-en.htm November 2015 Further reading What should policy makers do? `
 Implement the fiscal adjustment in line with medium-term objectives, including stabilising gross public debt.
`Review the earmarking of public revenues and mandatory spending floors with a view towards making public spending more responsive and flexible to new needs and policy priorities..
` Strengthen the effectiveness of social benefits through better targeting on lowincome households, including by rebalancing transfers towards the Bolsa Familia programme. `

 While some policies have made a difference, applying careful cost-benefit analyses to all of these programmes would identify which has delivered results. Policy analysis also needs to take into account interactions among policies: for example, support for innovation may not be effective when competition is weak, because firms then have weak incentives to innovate. OECD (2015), OECD Economic Surveys: Brazil, OECD Publishing, forthcoming. OECD (2015), Recommendation of the Council on Budgetary Governance. http://www.oecd.org/gov/budgeting/ Recommendation-of-the-Council-on-Budgetary-Governance.pdf OECD (2015), Fiscal Sustainability of Health Systems: Bridging Health and Finance Perspectives, OECD Publishing. http://www. oecd.org/publications/fiscal-sustainability-of-health-systems- 9789264233386-en.htm

Sem estudo e sem trabalho. Antonio Gois





Na semana passada, o Banco Mundial divulgou um relatório mostrando que um em cada cinco jovens latino-americanos de 15 a 24 anos nem estudava nem trabalhava, os chamados Nem-Nem. O estudo tem também números do Brasil. Por aqui, a proporção desse grupo não foge à média da região. Como o tema tem merecido cada vez mais atenção da opinião pública, fica a impressão de que o problema cresceu. Os dados apresentados pelo Banco Mundial, porém, confirmam o que outros pesquisadores brasileiros já mostravam: o percentual de jovens nessa situação se encontra estável desde 1992, ao redor do patamar de 20% (o trabalho analisa números até 2013, portanto antes do início da atual crise econômica brasileira, que pode afetar esse quadro).
O estudo, no entanto, chama a atenção para uma mudança na composição desses jovens, com duas tendências bem distintas. Entre mulheres, tanto no Brasil quanto no restante da América Latina, a notícia é positiva: apesar de ainda serem maioria desse grupo, tem caído a proporção das jovens de 15 a 24 anos sem estudar nem trabalhar. Isso tem acontecido principalmente porque elas têm ficado mais tempo na escola. Como a gravidez adolescente é um dos fatores mais associados à entrada de mulheres no grupo dos Nem-Nem, é provável que a redução nas taxas de fecundidade nessa faixa etária também tenha contribuído para esse movimento.
A tendência mais preocupante é verificada entre homens. Mesmo num período em que toda a região verificou crescimento econômico e redução da desigualdade, a proporção dos jovens de 15 a 24 anos sem estudar nem trabalhar cresceu. No Brasil, a variação foi de 11% para 14% de 1992 a 2013. Os autores do relatório identificaram uma tendência preocupante. Especialmente entre os homens, é maior a probabilidade de eles abandonarem cedo a escola para trabalharem no mercado informal, em atividades temporárias e sem nenhuma garantia de direitos trabalhistas. Com frequência, porém, perdem o emprego, não voltam à escola e, sem escolaridade mínima, continuarão com mínimas chances de conseguir um emprego estável.
Cabe lembrar que o Brasil vem registrando nas últimas décadas avanços significativos no acesso à escola. Isso fica claro na análise dos dados de outro levantamento divulgado na semana passada, feito pelo movimento Todos Pela Educação. A proporção de crianças sem estudar dos 4 aos 17 anos caiu de 11% para 6% entre 2005 e 2014. A melhoria foi maior entre as crianças de 4 e 5 anos, especialmente entre as mais pobres. Em 2005, nas famílias que estavam entre as 25% de menor rendimento, 35% das crianças nessa idade não estavam matriculadas. Em 2014, este percentual caiu para 14%.
Essa tendência de melhoria não começou em 2005. Desde a década passada o país já comemorava aumentos sucessivos no acesso à escola. Soubemos formular políticas públicas eficientes para garantir que quase todas as crianças tenham ao menos acesso à escola a partir dos seis anos de idade. Mas não sabemos direito ainda como fazer para mantê-las estudando e aprendendo.

Cartoons on Digital Life by larrycuban


For this month, I have selected an array of cartoons that slice-and-dice the influence of digital technologies on our daily lives. Enjoy!
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Human-Error-and-Computers

famcom66

24 de janeiro de 2016

Circo y periodismo, Mario Vargas Llosa


La entrevista de Sean Penn al Chapo Guzmán sólo se entiende por la frivolidad que contamina la vida política, que conduce al reemplazo de las ideas por el espectáculo




Circo y periodismo

Una de las profesiones más peligrosas en el mundo de hoy es el periodismo. Cada año aparecen, en los balances que hacen agencias especializadas, decenas de reporteros, entrevistadores, fotógrafos y columnistas secuestrados, torturados o asesinados por fanáticos religiosos y políticos, dictadores, bandas de criminales y traficantes, o dueños de imperios económicos que ven como una amenaza para sus intereses la existencia de una prensa independiente y libre.
Este contexto explica, sin duda, la indignación que ha causado la entrevista que llevó a cabo el actor Sean Penn al asesino y narco mexicano, el Chapo Guzmán —cuya vertiginosa fortuna lo ha hecho figurar entre los hombres más ricos del mundo según la revista Forbes—, poco antes de ser capturado por la infantería de marina de México. La entrevista, que apareció en la revista Rolling Stone, es malísima, una exhibición de egolatría desenfrenada y payasa y, para colmo, desbordante de simpatía y comprensión hacia el multimillonario y despiadado criminal al que se le atribuyen cerca de tres mil muertes además de incontables desafueros, entre ellos gran número de violaciones.

El caso de Sean Penn sólo se entiende por la extraordinaria frivolidad que contamina la vida política de nuestro tiempo, en el que las imágenes han reemplazado a las ideas y la publicidad determina los valores y desvalores que mueven a grandes sectores ciudadanos. Elogiar a Fidel Castro, “el hombre más sabio del mundo” según Oliver Stone, es una patética exhibición de cinismo e ignorancia, equivalente a sentir admiración por Stalin, Hitler, Mao, Kim il Sung o Robert Mugabe, y defender como modélica a una dictadura de más de medio siglo que ha convertido a Cuba en una prisión de la que los cubanos tratan de escapar como sea, incluso desafiando a los tiburones. Y no lo es menos considerar una estrella política planetaria al comandante Chávez, cuyo régimen transformó a Venezuela en un país pobre, violento y reprimido, cuyos niveles de vida caen cada día más por culpa de una inflación galopante —la más alta del mundo— y donde la corrupción y el narcotráfico se han enquistado en el corazón mismo del Gobierno.
Sean Penn es muy buen actor y tiene fama de “progresista”, término que, tratándose de gente de Hollywood, suele significar una debilidad irresistible por los dictadores y tiranuelos tercermundistas. Lo ha mostrado, en un magnífico artículo, Maite Rico (Fascinación eterna por el déspota, EL PAIS, 17/1/2016), quien recuerda los ditirambos del actor (y de Michael Moore y Oliver Stone) a Fidel Castro y a Hugo Chávez: “Una de las fuerzas más importantes que hemos tenido en este planeta”, “líder fascinante”, “le tengo amor y gratitud”, etcétera. ¿Cómo explicará el actor, entonces, que en los últimos comicios el setenta por ciento de los electores venezolanos haya repudiado de manera tan categórica al régimen chavista? Probablemente, ni se ha enterado de ello.
Los “progresistas” de Hollywood defienden regímenes opresores y a delincuentes comunes
Qué cómodo es para estos personajes, desde Hollywood, es decir, desde la seguridad jurídica —nadie irá allá a despojarlos de sus casas, negocios, inversiones, ni a tomarles cuenta por lo que dicen y escriben—, el confort y la libertad de que gozan, jugar a ser “progresistas”, aceptando invitaciones de sátrapas ineptos, que los tratan como reyes y los adulan, halagan y regalan, y a defender regímenes opresores y brutales, que hacen vivir en el miedo, la escasez y la mentira a millones de ciudadanos a los que han quitado la palabra y los más elementales derechos. Ahora, además de dictadores, los “progresistas” de Hollywood defienden también a delincuentes comunes y asesinos en serie, como el Chapo Guzmán, pobre hombre que, según Sean Penn, llegó al delito porque era la única manera de sobrevivir en un mundo atrofiado por la injusticia y los oligarcas.
El periodismo, por desgracia, es también una de las víctimas de la civilización del espectáculo de nuestros días, donde aparecer es ser y la política, la vida misma, se ha vuelto mera representación. Utilizar esta profesión para promoverse y difundir ideas frívolas, banalidades ridículas y mentiras políticas flagrantes es también una manera de agraviar un oficio y a unos profesionales que hacen verdaderos milagros para cumplir con su función de informar la verdad por salarios generalmente modestos y corriendo grandes peligros. Gentes como Sean Penn, Oliver Stone y congéneres ni siquiera advierten que su actitud revela un desdeñoso prejuicio hacia Venezuela, Cuba, México y, en general, el tercer mundo, con esa duplicidad de que hacen gala cuando elogian y promueven para esos países sistemas y dictadores que no tolerarían jamás en su propio país, muy parecidos en eso a un Günter Grass, que, en los años ochenta, pedía que los latinoamericanos siguiéramos el “ejemplo de Cuba”, en tanto que, en Alemania, él defendía la socialdemocracia y combatía el modelo comunista.
El periodismo, por desgracia, es también una de las víctimas de la civilización del espectáculo de nuestros días
Desde luego que mi crítica a aventados irresponsables como Sean Penn no significa que crea que los actores deben prescindir de hacer política. Todo lo contrario, estoy firmemente convencido que la participación en el debate público, en la vida cívica, es una obligación moral de la que nadie debe sentirse exonerado, sobre todo si no está contento con la sociedad y el mundo en el que vive. Y creo que esta obligación es tanto mayor cuando un ciudadano —como es el caso de los cineastas en cuestión— es más conocido y tiene por lo tanto mayores posibilidades de llegar a un amplio público. Pero, por ello mismo, es indispensable que esta participación esté fundada en un conocimiento serio de los asuntos sobre los que opina.
A este respecto quisiera citar la respuesta que otro norteamericano, éste sí bien informado y honesto, el escritor Don Winslow, dio al artículo de Sean Penn. Su texto puede ser consultado en la página web Deadline.com. Winslow, que desde hace veinte años investiga los cárteles de la droga mexicanos y ha publicado un libro premiado sobre este tema, The Cartel, recuerda a todos los periodistas que han sido mutilados y asesinados por haber investigado sobre el Chapo Guzmán. Y se sorprende de que Sean Penn no preguntara al capo por qué, luego de su primera escapada de la cárcel, en 2001, desató esa “guerra de conquista” para desplazar a otros cárteles que causó más de cien mil asesinatos. Otras preguntas que Sean Penn no hizo: cuántos millones de dólares ha gastado el Chapo comprando jueces, políticos y policías, la razón por la que decidió firmar un acuerdo de colaboración con la organización sádica y homicida de los Zetas, y por qué aceptaba que sus sirvientes le llevaran niñas púberes a su celda en los períodos que pasó en prisión. También lamenta Winslow, entre otras cosas, que Sean Penn no formulara una sola pregunta al Chapo Guzmán, en las siete horas de diálogo con él, sobre las 35 personas (12 mujeres entre ellas) que hizo asesinar, acusándolas de trabajar para los Zetas, antes de hacer las paces con esta terrorífica banda.
Las razones por las que Sean Penn no preguntara nada incómodo al Chapo Guzmán nosotros las sabemos de sobra: él fue a entrevistarlo con las respuestas del asesino ya fabricadas por su propia frivolidad o cinismo: presentarlo como la víctima de un sistema (un héroe, en cierta forma) económico y político que sus admirados Fidel Castro y Chávez han comenzado a liquidar. Y apuntalar con ello su bien ganada fama de “progresista”, además de actor famoso y millonario.

22 de janeiro de 2016

Gravidez é responsável por 18% da evasão escolar entre meninas



Centro de Referências em Educação Integral

Questões familiares, trabalho e gravidez: esses são os três principais elementos que afastam as jovens brasileiras dos estudos, segundo pesquisa feita em parceria comMinistério da Educação, a Organização dos Estados Ibero Americanos (OEI) e aFaculdade Latino-Americana de Ciências (Flacso).
O estudo perguntou aos jovens de 15 a 29 anos por que pararam de estudar e o que havia motivado tal decisão. Entre as meninas, 18,1% indicaram a gravidez como o principal motivo. Já entre os meninos da mesma faixa etária, somente 1,3% declararam que interromperam os estudos pela mesma razão.
Outras 23,1% das jovens brasileiras afirmaram que saíram da escola “por questões familiares”, enquanto o índice entre os garotos foi de 16,4%. Embora o estudo não explore quais são essas questões, limitando-se apenas a afirmar que se relacionam com o ambiente da casa do estudante, entende-se que as tarefas de cuidado (do domicílio ou de crianças e idosos), geralmente delegadas às mulheres, também possuem um peso importante na evasão escolar das meninas.
A necessidade de trabalhar também tem peso. O estudo mostra que do total de adolescentes que abandonou o ensino formal, 36,1% dos meninos declararam que o motivo foi a necessidade de trabalho. O índice é de 20,9% entre as jovens brasileiras.
Gravidez
Segundo a coordenadora da pesquisa, Miriam Abramovay, muitas das meninas que ficam grávidas não contam com o apoio dos pais e também não têm estrutura para deixar os filhos na escola.
Dessa forma, elas se veem obrigadas a interromper o processo de estudo. Miriam conta ainda que nas entrevistas realizadas para a pesquisa, algumas adolescentes relataram também que eram desencorajadas pelo cônjuge a continuarem estudando.
“Na parte qualitativa da pesquisa percebemos que um percentual razoável das meninas saíram da escola por pedido ou sugestão do namorado ou marido”, afirmou a coordenadora da pesquisa.
Discussão de gênero
Uma das principais discussões ligadas à educação nos últimos anos diz respeito à introdução ou não de temáticas ligadas a gênero e sexualidade nas escolas. No Plano Nacional de Educação (PNE), e depois em diversos planos estaduais e municipais, metas vinculadas ao tema foram suprimidas dos textos finais, atendendo a uma demanda de setores conservadores da sociedade.
Muitas escolas e professores seguem discutindo a temática a despeito da sua ausência no plano. A grande maioria das instituições de ensino, no entanto, já não discutia o tema e agora tem o respaldo nos planos para que a discussão sobre gênero e sexualidade não conste no currículo.
A ausência desse debate tem um peso ainda maior sobre as meninas que sofrem com o machismo e cuja sexualidade em diversos casos é um tabu ainda maior do que para os meninos.
Para a educadora e oficineira independente, Érica Guerra, outro elemento que empurra as meninas que engravidam para fora da escola é a falta de perspectivas de vida e o modo como essas jovens enxergam seu papel na sociedade: ser mãe e trabalhar, muitas vezes de forma precarizada.
Outro fator importante diz respeito à falta de creches, seja na própria escola ou em um local próximo. Assim, mesmo que a mãe queira continuar os estudos, se ela não tiver com quem deixar o filho durante esse período, a jovem se vê obrigada a ir cuidar da criança.
Sobre os dados da pesquisa, Érica acredita que ela evidencia a forma como a sociedade joga sobre as mulheres a responsabilidade sobre os filhos. “É ela quem para de estudar para cuidar da criança e não e pai. Isso é cruel porque cria um ciclo que afasta as mulheres da escola e de outras perspectivas de vida”, finaliza.

Desigualdade na Educação


21/01/2016 - 06h11min
Desigualdade na Educação Gilmar Fraga/Arte ZH
Foto: Gilmar Fraga / Arte ZH
O Brasil conseguiu avançar nas políticas educacionais nos últimos 10 anos, ampliando o percentual de matriculados nas escolas de 89,5% em 2005 para 93,6% em 2014, conforme levantamento recém divulgado pela ONG Todos pela Educação. E, mesmo assim, ainda há hoje 2,8 milhões de alunos na faixa entre quatro e 17 anos fora da escola. O agravante é que, justamente quem mais precisa de acesso ao ensino, como forma de se qualificar para o mercado e de ascender socialmente, é quem mais está fora da escola. Em consequência, consolida-se uma desigualdade educacional que precisa se constituir no foco das ações oficiais nessa área.
Por exigência da emenda constitucional número 59, de 2009, que definiu a obrigatoriedade do atendimento também às crianças em fase pré-escolar, o país conseguiu levar mais gente para a sala de aula nos últimos anos. Isso fez com que, no Sul, Santa Catarina conseguisse elevar ainda mais sua taxa de atendimento na faixa de quatro a cinco anos, que foi a 89,9%. O Rio Grande do Sul registrou um salto, mas o percentual ainda se limita a 80,1%.
A questão é que, enquanto conseguiu garantir mais gente de menos idade na escola, o país tem dificuldade para motivar mais os adolescentes para o estudo. Em âmbito nacional, nada menos de 17,4% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola, por razões que incluem a reprovação e o abandono dos estudos.
Em consequência, o Brasil não alcançará neste ano a pretendida universalização no atendimento na faixa entre quatro e 17 anos, o que é preocupante. O país precisa persistir nas ações para que todo jovem brasileiro em idade escolar fique em sala de aula, evitando agravar ainda mais as disparidades nessa área.