BRASÍLIA — O Brasil é um dos 10 países com o maior número de estudantes com notas ruins em matemática, ciências e interpretação de texto, de acordo com um relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), com 64 nações.
Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que realizou a pesquisa para a OCDE, mais de 25% dos estudantes dos países analisados têm baixo rendimento nas três disciplinas avaliadas. O Brasil ocupa a 58ª posição no ranking, ao lado dos vizinhos: Argentina, Colômbia e Peru.
Apesar de ocupar uma das últimas posições, o Brasil apresentou melhorias na taxa de escolarização e acesso à educação, em relação ao relatório anterior. Entre 2003 e 2012, a OCDE fez o censo de nove países que conseguiram reduzir sua proporção de alunos com resultados ruins em matemática: Brasil, Alemanha, Rússia, Itália, México, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia.
De acordo com a OCDE, a probalidade de notas ruins aumenta se o aluno é imigrante e fala um língua diferente na escola da utilizada em casa, se for morador de zonas rurais ou se viver em uma família monoparental. Outros fatores que podem influenciar são: o aluno não passar pela educação pré-escolar, repetir algum ano, mau comportamento, má gestão da escola ou políticas educativas governamentais ineficazes. Os resultados ruins correspondem a 28% dos alunos de 15 anos e, segundo a organização, os benefícios da luta contra as notas ruins superam os custos da melhoria.
— Os maus resultados escolares têm consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um crescimento econômico inferior. Alguns países se encontram, inclusive, em um estado estado de recessão permanente — alerta o informe, que destaca algumas medidas para as melhorias na educação dos jovens. — É preciso envolver os pais e as coletividades locais, incentivar os estudantes a aproveitar as possibilidades de educação oferecida, identificar os alunos com maus resultados e dar apoio aos alunos, aos estabelecimentos de ensino e às famílias.
O estudo foi realizado com 13 milhões de alunos e serviu como base para o relatório "Estudantes com baixo desempenho: por que eles ficam para trás e como ajudá-los?”
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