Época de promessas, o ano eleitoral não traz grandes expectativas para a educação. O clima polarizado das discussões pré-eleitorais não tem indicado boas perspectivas para os desafios educacionais.
Muito pelo contrário. A avaliação é de que o país está distante de um projeto que coloque o tema no centro da agenda política e econômica. A educação viveu em 2017 mais um ano de estagnação de recursos, contrariando os diagnósticos que apontam para a necessidade de mais investimentos. Tanto para incluir os quase 2,5 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos que estão fora da escola quanto para melhorar os índices de qualidade.
Sob o governo Michel Temer, a crise econômica e a falta de prioridade colocaram em ponto morto o principal desses diagnósticos, PNE (Plano Nacional de Educação), que traça metas para o setor até 2024.
Ao analisar a maioria dos temas desta edição, o leitor pode concluir que a garantia de uma escola de qualidade (para todos) se relaciona com os desafios do país. Evidências não faltam: a cada 1% a mais de jovens na escola, há queda em 2% nos homicídios; cada ano a mais de escolaridade aumenta em 10% a renda do trabalhador para o resto da vida; três anos a mais de escolaridade média tendem a levar a um crescimento de mais de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) de uma nação.
Apesar disso, a crise econômica consolida o entendimento de que os custos da educação pública são gastos a serem enxugados. É bom lembrar: mais de 80% dos estudantes do país estão na rede pública.
Educação inclusiva e de qualidade custa caro. A sociedade precisa refletir como o mantra da prioridade da educação se reflete na prática —e nos orçamentos.
2,5 milhões
de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estão fora da escola
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