6 de março de 2013

No ensino médio, só 1 em cada 10 tem nível adequado em matemática


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SÃO PAULO - A matemática é, literalmente, um problema na vida da maioria dos estudantes que concluem a vida escolar no Brasil. Apenas um em cada dez alunos do 3º ano do ensino médio, ou seja, o último antes do ingresso na universidade, teve desempenho adequado na disciplina, considerando dados de 2011. Relatório do Movimento Todos pela Educação, divulgado nesta quarta-feira (6), revela que o percentual de 10,3% não só ficou muito abaixo da meta de 19,6% como piorou em relação aos 11% alcançados em 2009. A situação no 9º ano do ensino fundamental também é desanimadora: apenas 16,9% dos estudantes apresentaram nível de aprendizagem adequado em matemática, bem menos do que os 25,4% esperados.
O relatório “De Olho nas Metas” mostra que também estamos a passos lentos em relação ao ensino de língua portuguesa. O percentual de estudantes do 3º ano do ensino médio que apresentaram aprendizado adequado da disciplina foi de 29,2%, abaixo da meta de 31%. Em relação ao ensino fundamental, os percentuais registrados entre os alunos do 5º ano e do 9º ano foram respectivamente, de 40% e de 27%, ainda aquém da expectativa de 42,2% e 32%.
O quadro é um pouco melhor no início do ensino fundamental. O percentual dos alunos da 5ª série com nota adequada em matemática foi de 36,3%, índice superior à meta de de 35,4%. Em língua portuguesa, o percentual foi de 40% contra a meta de 42,2%.
Metas
Os indicadores educacionais sobre o nível de aprendizagem adequado fazem parte de uma das cinco metas estabelecidas pelo Todos pela Educação em 2006 - toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano; todo jovem com ensino médio concluído até os 19 anos; e investimento em educação ampliado e bem gerido.
As metas devem ser atingidas até 2022, ano do bicenténário da Independência do país, mas para verificar se, até lá, os esforços estão surtindo efeito, o Movimento - formado por educadores, organizações sociais, empresas, especialistas em educação, pesquisadores, empresários e gestores públicos - criou metas para serem atingidas anualmente.
“Infelizmente, nossos índices educacionais ainda nos fragilizam quando nos comparamos a outros países, revelando um descompasso histórico que precisa ser combatido com ações articuladas e investimento adequado”, diz o texto do relatório, que é baseado em dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação, e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O relatório destaca ainda que o acesso à escola ficou abaixo das expectativas. Em todo o país, a conclusão é que 92% das crianças e jovens de 4 a 17 anos estão estudando, enquanto a expectativa para 2011 era que 94,1% estivessem matriculados. O percentual indica que 3 milhões crianças e jovens estão fora da escola no Brasil.
Ensino médio: só metade completou
Os indicadores para o cumprimento da meta quatro, que trata da conclusão dos ensinos fundamental e médio na idade correta, também não vão bem. Em 2011, 64,9% dos estudantes de 16 anos haviam completado o ensino fundamental completo, ante uma meta de 72,9%. O universo de jovens de 19 com o ensino médio completo, em 2011, foi de 51,1%, abaixo da expectativa de 53,6%.
O relatório não informa sobre os recursos para a educação, pois os dados sobre investimento em educação básica em relação ao PIB em 2011 não haviam sido divulgados até a conclusão do estudo. Já a meta que prevê alfabetização de todos os estudantes até os 8 anos só poderá ser avaliada com detalhes após a divulgação dos resultados da Prova ABC, aplicada a 54 mil alunos dos dos 2º e 3º anos do ensino fundamental em 1.200 escolas públicas e privadas de 600 municípios do país.



Só 10,3% dos jovens brasileiros têm aprendizado adequado à sua série em matemática ao final do ensino médio

Dados são do relatório De Olho nas Metas 2012, produzido pelo movimento Todos Pela Educação; melhores indicadores estão nos anos iniciais do fundamental

06 de março de 2013 | 12h 00
Estadão.edu
Somente 10,3% dos jovens brasileiros têm aprendizado adequado à sua série em matemática ao final do ensino médio. Os dados são do relatório De Olho nas Metas 2012, produzido pelo movimento Todos Pela Educação e divulgado nesta quarta-feira, 6. Atualizado com base nos resultados da Prova Brasil/Saeb 2011, o porcentual é inferior ao do levantamento anterior, de 2009, que era de 11%.
O estudo apresenta o acompanhamento dos indicadores educacionais do País de acordo com cinco metas preestabelecidas pela entidade: atendimento escolar à população de 4 a 17 anos, alfabetização, desempenho dos alunos no ensino fundamental e médio, conclusão dos estudos e financiamento da Educação. O Todos Pela Educação elegeu o ano de 2022, quando se comemora o bicentenário da Independência do Brasil, como a data limite para o cumprimento das metas de forma integral.
Todo aluno com aprendizado adequado à sua série é a Meta 3 do movimento e a que tem apresentado resultados mais preocupantes. Nos anos finais do fundamental (9.º ano), 27% dos alunos alcançaram desempenho adequado em língua portuguesa - a meta parcial estabelecida pelo movimento para 2011 era de 32%. Em matemática, o desempenho foi de 16,9% para uma meta de 25,4%. Apesar de não terem atingido a meta, ambos índices são melhores do que os anteriores, que eram de 26,2% para português e 14,7% para matemática. 
 
A situação no ensino médio é pior. O indicador de língua portuguesa manteve-se em 29%, diante de uma meta de 31%. Em matemática, o índice caiu de 11% para 10,3%, afastando-se ainda mais da meta parcial de 20%.
Os anos iniciais do ensino fundamental (5.º ano) foram os únicos que se aproximaram ou ultrapassaram as metas estabelecidas. Em língua portuguesa, 40% dos alunos apresentaram desempenho adequado (eram 34,2% em 2009), para uma meta de 42%. Em matemática, 36% dos alunos tiveram desempenho adequado (eram 32,5% em 2009), superando a meta parcial em um ponto porcentual.
Meta 1 - Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola
O País tem 92% da população nessa faixa etária matriculada na educação básica. A meta estabelecida pelo movimento para 2011, no entanto, era de 94,1%. Com isso, mais de 3 milhões de crianças e jovens brasileiros permanecem fora da escola. Os dados dessa edição foram atualizados com os resultados da edição de 2011 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2011).
Meta 2 - Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos de idade
O levantamento traz o resumo dos resultados da primeira aplicação da Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização, a Prova ABC, realizada em 2011. Os resultados da última edição da prova, de 2012, serão divulgados nos próximos meses apenas. A avaliação foi aplicada a 54 mil alunos do 2.º e 3.º anos do fundamental, de 1.200 escolas públicas e privadas de 600 municípios do País.
A prova ABC avalia a escrita, a leitura e matemática de estudantes com 8 anos de idade. Os resultados obtidos na edição de 2011 apontam que 56,1% dos alunos mostraram desempenho adequado em leitura, 42,8% atingiram as habilidades esperadas em matemática e 53,3% dos alunos demonstraram domínio sobre as bases da escrita.
Meta 4 - Todo aluno com ensino fundamental concluído até os 16 anos e com ensino médio concluído até os 19 anos
De acordo com o relatório, o País não cumpriu as metas parciais estabelecidas e tem se afastado cada vez mais da projeção do movimento ao longo dos anos.
Em 2011, apenas o Centro-Oeste cumpriu a meta parcial, que era de 74,1%, tendo apresentado 74,3% dos concluintes com até 16 anos de idade. O mesmo ocorreu no ensino médio: 58,4% de concluintes com até 19 anos de idade frente à meta de 53%.
Meta 5 - Investimento em educação ampliado e bem gerido
O investimento na educação básica em relação ao PIB não foi divulgado até o fechamento do relatório De Olho nas Metas 2012. O valor mais atualizado é de 2010, com 4,3% para a educação básica. Em 2011, o Ministério da Educação (MEC) divulgou apenas o valor investido em todos os níveis de ensino, incluindo também a educação superior. O investimento foi de 5,3%.

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