18 de julho de 2013

Homicídios no Ceará cresceram 115% em uma década; Estado ocupa o 11º lugar no ranking do País

Segundo pesquisa, foram 20.977 pessoas assassinadas no Ceará entre 2001 e 2011. Em Fortaleza, os homicídios aumentaram 119,5% em uma década


Os homicídios no Ceará cresceram 114,8% em uma década. É o que mostrou o Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil, publicado nesta quinta-feira, 18, pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), com dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

Entre 2001 e 2011, 20.977 cearenses foram vítimas de assassinatos. Em 2001, 1.298 mortes foram registradas no Estado. Em 2011, o número subiu para 2.788, o maior contabilizado entre os 10 anos da pesquisa.Os dados não levam em consideração os dados de 2012, considerado o ano mais violento do Ceará.
Com estes novos dados da pesquisa, o Ceará passou do 18º lugar dos estados com mais homicídios, em 2001, para o 11º lugar, em 2011. Só de 2010 a 2011, o Ceará pulou do 15º para o 11º colocado no ranking.

Já em Fortaleza, os assassinatos cresceram 119,5% em uma década. Foram 9.676 homicídios, sendo 609 em 2001 e 1.337 em 2011.

Homicídios de jovens crescem 326,1% no Brasil em três décadas


O estudo sugere que a omissão do Estado tem contribuído para não se evitar os números de mortes no Brasil
A violência contra os jovens brasileiros aumentou em três décadas, de acordo com o Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil, publicado ontem pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), com dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, em Brasília. Entre 1980 e 2011, as mortes não naturais e violentas de jovens, como acidentes, homicídio ou suicídio, cresceram 207,9%. Se forem considerados só os homicídios, o aumento chega a 326,1%.
Do total de 46.920 óbitos em 2011 na faixa etária de 14 a 25 anos, 63,4% tiveram causas violentas (acidentes de trânsito, homicídio ou suicídio). Na década de 1980, o percentual era 30,2%. "Hoje, com grande pesar, vemos que os motivos ainda existem e subsistem, apesar de reconhecer os avanços realizados em diversas áreas. Contudo, são avanços ainda insuficientes diante da magnitude do problema", conclui o estudo. O homicídio é a principal causa da mortandade não natural e violenta entre a juventude. A cada 100 mil jovens, 53,4 foram assassinados em 2011. Os crimes foram praticados contra pessoas entre 14 e 25 anos. Os acidentes com algum tipo de meio de transporte, como carros ou motos, ficaram responsáveis por 27,7 mortes no mesmo ano.
De acordo com o mapa, o aumento da violência entre pessoas dessa faixa etária demonstra a omissão da sociedade e do poder público em relação aos jovens, especialmente os que moram nos chamados polos de concentração de mortes, no Interior de estados mais desenvolvidos; em zonas periféricas, de fronteira e de turismo predatório; em áreas com domínio territorial de quadrilhas, milícias ou de tráfico de drogas; e no Arco do Desmatamento na Amazônia, que envolve o Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso,Pará, Tocantins e Maranhão.
De acordo com o estudo, a partir "do esquecimento e da omissão passa-se, de forma fácil, à condenação" o que representa "só um pequeno passo para a repressão e punição". O autor do mapa, Julio Jacob Waiselfisz, explicou que a transição da década de 1980 para a de 1990 causou mudanças no modelo de crescimento nacional, com uma descentralização econômica que deixou de ser acompanhada pelo aparato estatal, especialmente o de segurança pública. (das agências de notícias)

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